Salvador – As fazendas Venturosa e Santa Helena, localizadas a 5 km da cidade de Floresta Azul (BA), são propriedades da família Lucas desde 1930. A especialidade dos empreendimentos é típica da região: a produção de cacau. O negócio é gerido pelos irmãos James Lucas e Eleonora Gedeon Lucas, que, apesar da crise da lavoura cacaueira, no final dos anos 80, conseguiram manter os negócios. A explicação para a continuidade, segundo Eleonora, é a paixão pelo produto. “Costumo dizer que o cacau corre nas nossas veias”, brinca.
A cada ano que passa, Eleonora comemora novas conquistas. Recentemente, ela participou da primeira edição do Salon Du Chocolat realizada em Salvador, entre os dias 5 e 8 de julho. No segundo dia do evento, o Sebrae na Bahia promoveu um Encontro de Negócios entre 11 produtores de amêndoas de cacau do estado e 15 chocolatiers de diversas partes do mundo, que estavam expondo no local.
Eleonora estava entre os produtores baianos e ficou satisfeita com os contatos realizados. “Já estive em três edições do Salon Du Chocolat na França e, em nenhuma delas, consegui contato direto com os chocolatiers. Foi um momento para apresentarmos o nosso produto. Mesmo não fechando um negócio de imediato, obtivemos contatos que, com certeza, vão gerar resultados positivos muito em breve”, afirma Eleonora. Ela acredita que a iniciativa foi de extrema importância para todos os produtores. “A realização do Salon Du Chocolat na Bahia resultará em uma grande reviravolta para a produção de cacau e chocolate no nosso estado”, avalia.
Eleonora disse ainda que teve a oportunidade de levar três chocolatiers, um francês e dois japoneses, para conhecer uma das propriedades da família. “A visita foi muito boa. Eles gostaram muito do que viram, principalmente na parte que se refere à responsabilidade social. Para esses compradores, a qualidade é importante, mas as boas práticas de gestão e a oferta de trabalho decente é, igualmente, fundamental”, conta. A produtora conta que vai enviar algumas amostras de seu produto para chocolatiers da França, Suíça, Itália e Japão.
De acordo com a coordenadora de Acesso a Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae na Bahia, Suely de Paula, a iniciativa abrange uma das missões da instituição. “Buscamos contribuir para o aumento da competitividade desses empreendimentos através da promoção de acesso ao mercado. Para os produtores de amêndoas de cacau, o Salon Du Chocolat é uma oportunidade excelente de se fazer contatos e buscar fechar futuros negócios”, aponta.
Em seu estande no Salon, o Sebrae ofereceu ainda orientações e informações por meio de analistas de Agronegócio que atuam junto a empreendimentos do setor, contribuindo na profissionalização da gestão e na prospecção para acesso a mercado.
Frutas brasileiras
Também durante o Salon Du Cholat foi lançada uma publicação inédita que mostra o chocolate brasileiro com diferentes composições de frutas dos seis biomas brasileiros: Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampa e Pantanal. Trata-se do livro Chocolate com frutas brasileiras, produzido pela coordenadora de Fruticultura do Sebrae Nacional, Léa Lagares, com assessoria gastronômica do chocolatier Franz Xavier Ordematt e da gastrônoma Tainá Zaneti.
A publicação traz 24 receitas a partir de composições pouco exploradas, mostrando novas formas do uso das frutas. “A ideia foi fazer uma provocação de diferentes oportunidades de negócios para produtos pouco conhecidos no mercado”, destacou Léa. A coordenadora disse ainda que o lançamento do livro ocorreu em um momento oportuno. “O Salon Du Chocolat é uma referência mundial para produtores e admiradores do chocolate”, afirma. O livro será disponibilizado gratuitamente no site www.sebrae.com.br/setor/fruticultura.
Serviço
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