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A história do app Bondsy contada por seu criador, o brasileiro Diego Zambrano (e que estará no Short Stories Live!)


Eu duvido que, com essa barba, Diego Zambrano, o empreendedor pro trás do aplicativo Bondsy, fosse recebido por qualquer tipo de “homem de negócios” no Brasil, quanto mais convencer alguém a investir em algum projeto dele. Ele, mais otimista, tem suas dúvidas – está há seis anos fora do país, e acha que as coisas “estão mudando” por aqui. Mas dá uma pista: “dei uma entrevista para uma revista esses dias e, quando o editor recebeu as fotos, perguntou se eu não tinha uma ‘mais normal’”. Diego não tinha, e não sabe o que a revista decidiu fazer.

(Se a revista não gosta muito do visual de Diego, nós não temos nenhum problema com isso: ele estará, por meio de um vídeo, no Short Stories Live, o primeiro evento do Gizmodo e do Kotaku no Brasil, onde contará mais detalhes de sua criação e de sua vida como empreendedor.)

O Bondsy, como uma boa parte dos melhores aplicativos, nasceu de uma necessidade do criador que não era atendida. Em 2007, quando mudou de país, ele quis se desfazer de uma série de coisas que não podia ou não queria carregar. Não encontrou nenhuma ferramenta que o ajudasse na tarefa a não ser os sites de leilão ou classificados, e acabou usando o Flickr.

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A experiência foi interessante não só porque conseguiu se livrar do que não queria mais e ainda fazer um caixa para a mudança. “Teve uma pessoa que me pagou uma câmera com um jantar que valia mais que a câmera. Mais que o valor, o mais legal foi a experiência de rever essa pessoa, de poder me despedir dela antes de mudar”.

Diego mudou para os EUA para trabalhar com publicidade, área em que trabalhava em São Paulo – ele é originalmente do Rio. Quatro anos depois, quando conseguiu o visto definitivo, largou o trabalho e resolveu empreender. Concebeu e criou o aplicativo, e foi atrás de dinheiro. E conseguiu.

Agora dá uma olhada para a barba do cara. Pensa que o negócio dele ainda não dá dinheiro, e ele não conta exatamente de onde vai vir o dinheiro, nem quanto dinheiro ele espera ganhar. E me diz se alguém no Brasil investiria nisso. “Talvez, mas seria mais difícil”, concede.

A lógica do Bondsy, o que o diferencia de um Ebay, MercadoLivre ou Craigslist (leilão e classificados, respectivamente) é que você só se relaciona com amigos ou amigos de amigos. Diminui a quantidade de pessoas que vêem o que você anuncia, claro, mas qualquer um que já tentou vender algo pelo Facebook sabe qual é a lógica: vender para alguém de quem você tem alguma referência é sempre mais seguro e natural do que vender para alguém um desconhecido que oferece mil coisas em troca, desde rádio relógio até placa de vídeo usada.

Esse relacionamento que existe antes leva muitas vezes a trocas como a que o fundador fez antes de mudar – uma câmera por um jantar -, impensáveis em um site de classificados. E acaba criando possibilidades sociais na transação que provavelmente são parte importante da estratégia do Bondsy – não à toa, Diego se refere ao aplicativo como uma “rede social de coisas”.

Se ainda não deixou Diego milionário, o Bondsy é um sucesso de repercussão, tanto nos EUA como no Brasil – os dois países onde o aplicativo, obviamente, tem sua maior base. A Barba (com letra maiúscula) tem aparecido em revistas de negócios e comportamente no Brasil, e em todo tipo de publicação nos Estados Unidos.

E o dinheiro? “Por enquanto o importante é aumentar a base e investir na experiência do usuário. A partir dessa experiência, vão surgir oportunidades de ganhar dinheiro”, diz.

O mais interessante da história do Bondsy é que o aplicativo não “se inspirou” em nenhum outro serviço já existente. Ele surgiu de uma necessidade “original” do criador. Diego diz: “Acho que os brasileiros deviam olhar mais para isso, para as coisas que são próprias do nosso país, da nossa cultura”. Ele não alfineta, mas uma olhada rápida no mercado de aplicativos brasileiros mostra uma grande quantidade de cópias de experiências internacionais. Nada contra: a dificuldade para chamar um táxi em Nova York, Paris ou São Paulo provavelmente é parecida. É a originalidade da ideia, porém, que vai permitir que ela seja internacionalizada, que vai fazer com que possa atrair o interesse de investidores do mundo todo – inclusive do próprio Brasil.

Peço a Diego uma dica aos empreendedores, pergunto se ele já teve alguma ideia de aplicativo que quer “passar pra frente”. Ele sorri de forma marota e diz que “por motivos óbvios, as ideias que eu gosto mais vou guardar pra mim, mas sou muito ligado na área de comida”, entrega levemente. Cita o enorme mundo dos alimentos saudáveis, orgânicos e, principalmente, produzidos localmente, mercado gigantesco nos Estados Unidos e que ainda engatinha no Brasil.

Sim, sim, eu perguntei sobre a barba. Diego conta que, embora na época não tenha pensado muito no assunto (“simplesmente parei de fazer a barba”), percebe hoje que isso aconteceu numa época em que a “selvageria” novaiorquina estava começando a incomodá-lo. “Acho que a barba foi uma defesa, uma maneira de afastar as pessoas.” O cabelo, também comprido, é outra história: “quando cheguei aqui não falava inglês, então não queria ir no barbeiro porque não sabia explicar para ele como queria o corte. Aí foi ficando, ficou bom, casei, conheci minha mulher já com o cabelo comprido, e acabei deixando.”

Um cara que chegou em um país que não era o dele, sem falar a língua do país, sem cortar o cabelo, parou de fazer a barba e, mesmo assim, conseguiu interessar investidores importantes em um projeto que era pouco mais do que isso. No Short Stories Live, primeiro evento com a marca do Giz no Brasil, ele conta um pouco mais sobre como isso aconteceu – além de exibir a famosa Barba.

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