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Cheguei ao Rio de Janeiro um pouquinho antes do Carnaval. Entre reuniões, conversas com amigos e visitas familiares, pude sentir novamente de perto aquele clima pré-carnavalesco, que rola em toda a cidade maravilhosa antes da maior festa do planeta. Como hoje vivo em uma cidade bem pacata, às vezes me esqueço de como é viver em uma cidade grande, mesmo sendo carioca de nascença e tendo vivido no Rio de Janeiro até os meus 28 anos. Ter estado no meio da “muvuca” pegando ônibus, trem e metrô, junto com o povo que se deslocava, para cima e para baixo, para chegar ao trabalho cedo ou voltar para casa tarde da noite, me fez observar duas coisas bem importantes. Primeiro, que a vida é tão corrida que funcionamos no automático no meio de toda a confusão. E segundo, por ser a vida corrida na cidade grande, é comum que não invistamos no nosso crescimento pessoal, pois, afinal, estamos muito cansados para isso.
AUTOMATIC MODE ON
Acorda, lava o rosto, escova os dentes, toma banho, coloca uma roupa para sair de casa, toma um cafezinho rápido e coloca o pé na rua. Espera o ônibus, o trem ou o metrô. Conquista um lugar no coletivo espremido e fica ali olhando os postes passando de um lado para outro bem rápido. Se prestar mais atenção nos postes corre risco de ficar tonto e enjoado. Pois bem, chega ao centro, desembarca e segue o fluxo até a próxima saída da estação ou a próxima entrada de outra. Antes de chegar ao trabalho, uma rápida parada para comer alguma coisa. Talvez aquela promoção de pão de queijo com guaraná ou um salgado feito na hora com um cafezinho, para dar mais disposição e encarar a primeira metade do dia. E assim o dia vai se consumindo. Chega o almoço, correria de novo. Chega a hora de voltar para casa e começamos a fazer o caminho contrário da chegada, na esperança de não perder o filme de hoje à noite ou ainda pegar o filho acordado para brincar com ele. Cinco dias por semana é assim e nos outros dois dias da semana que restam, fica aquela ansiedade de que tudo vai começar de novo.
TRISTEZA NÃO TEM FIM, FELICIDADE SIM…
Assim também é no Carnaval. Cinco dias de férias de tudo. Podemos vestir a nossa fantasia e nos tornarmos outras pessoas. Podemos fazer tudo aquilo que sempre queríamos. Dar adeus para aquele trabalho chato e também passar um pouco do limite do cartão de crédito. Enfim, como diz o dito popular, podemos “enfiar o pé na jaca” sem culpa, mas sempre com aquele “apertozinho” no coração, de que a cada dia que passa, mais um dia nos aproximamos do destino que escolhemos para as nossas vidas: viver no automático. A magia acabou e a quarta-feira de cinzas chegou, as notas das escolas de samba foram anunciadas na televisão. Se formos da escola de samba campeã do carnaval ainda teremos mais três ou quatro dias de carnaval pela frente. Porém, assim como o sol nasce todos os dias, nasce com ele a realidade de enfrentarmos a nossa vida sem recompensas novamente.
VIVER NO AUTOMÁTICO OU NA ILUSÃO NÃO DÁ TRABALHO
É importante para uma máquina economizar energia, assim como é importante para nós também economizarmos a nossa. Viver sem precisar tomar decisões é simples e mágico. Não criticamos nada do que olhamos. Não discutimos nada do que ouvimos. Nem bem sabemos o que realmente estamos sentindo. Se o conceito de viver a vida como vivemos hoje, vier de fora e não questionarmos, talvez nem mesmo percebamos que estamos vivendo no automático. De ilusão em ilusão, não conhecemos o mundo de verdade e, principalmente não observamos a nós mesmos para dirigir melhor o “carro” que devemos dirigir.
É tão duro viver em uma cidade grande que é óbvio que não vamos querer nos distanciar daquilo que pode estar nos prejudicando financeiramente, emocionalmente ou intelectualmente. Afinal, já sofremos tanto correndo de lá para cá, passando horas e horas por dia dentro de coletivos abarrotados de gente, ouvindo bronca do patrão e ainda sofrendo com a distância da nossa família, que o mínimo que podemos exigir da vida é uma satisfação, mesmo que parcial, de algum desejo nosso.
Se por exemplo, queremos economizar dinheiro, sabemos que aquela cervejinha no final do dia leva em um ano o equivalente para comprarmos uma nova cama para o nosso filho, porém, não dá para admitir que temos que viver sofrendo, sem ao menos refrescar a garganta no final de um dia agitado. O mesmo acontece nos finais de semana quando nossos amigos nos chamam para aquele churrasco bacana. Depois de uma semana infernal, é justo que abdiquemos de umas horas a mais de estudo sobre aquela empresa que estamos querendo montar, para socializar com os nossos amigos e curtir um pouco da vida tão sofrida.
“Cada um de nós precisa escolher que tipo de realidade deseja experimentar” ~ Sai Baba
TENHO UMA PROPOSTA PARA VOCÊ
Sei que custa para qualquer um entender que nós é que somos donos das nossas próprias vidas. Deveria ser natural admitirmos isso, mas isso custa uma enormidade de burradas para aprendermos que apenas nós somos os responsáveis diretos por aquilo que comemos, bebemos, falamos, fazemos, etc. Não existe qualquer vilão além de você mesmo, que se coloca em uma posição confortável e cheia de desculpas para não viver a sua vida da maneira como quer. Até hoje, você deixou que o mundo fizesse as escolhas por você. É hora de tomar as rédeas da sua vida de uma vez por todas.
Eu tenho um plano bem bacana para você aproveitar a sua vida, ao mesmo tempo em que conquista tudo aquilo que jamais imaginou conquistar, ainda em 2011. Agora que acabou o Carnaval, que tal você viver a sua vida fora da confusão que as outras pessoas vivem, de hoje até o dia 25 de dezembro? Se você estabelecer suas metas, encontrar onde está gastando a sua energia e parar de perder tempo com atividades circunstanciais, possivelmente poderá viver de dezembro de 2011 até o próximo Carnaval em 2012 só curtindo os frutos daquilo que plantou. Perceba que não estou lhe sugerindo que abandone as festas e os prazeres da vida. Estou sugerindo que de hoje em diante trabalhe duro, muito duro, para conquistar a sua vida novamente até dezembro. Depois comemore por três meses suas conquistas para voltar a ativa novamente após o carnaval.
Uma coisa que também ficou clara para mim enquanto passeava no meio da confusão pré-carnavalesca carioca, é que apesar de toda festa, cada um sempre estava disposto a fazer a sua parte pelos outros. Agora, é hora de você fazer a sua parte por você. Conquiste-se!
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