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“Insurgente”: Mudança na direção não supera fraquezas da franquia


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⚠ AVISO: Contém spoilers

Segundo capítulo da série “Divergente”, “Insurgente” se propõe claramente a destruir o universo criado pelo episódio anterior, o que em termos práticos significa a busca por uma ação mais intensa e o acirramento de tensões estabelecidas previamente. O resultado, porém, não é satisfatório por completo, revelando algumas novas fraquezas e também inconsistências não superadas pelas mudanças de diretor (de Neil Burger para Robert Schwentke) e roteiristas (assinam o filme Brian Duffield, Akiva Goldsman e Mark Bomback, os quais, mesmo entre vários erros e alguns acertos na carreira, parecem mais próximos do formato sugerido pela franquia).

Por se tratar de um segmento intermediário, o filme não deve somente dar continuidade aos eventos de seu antecessor, mas também preparar o terreno para o desfecho que virá a seguir (que será dividido em dois, seguindo a tendência de mercado recente). Esta condição impõe uma dificuldade óbvia: a de organizar uma trama com começo, meio e fim sem perder de vista a grandiosidade de seu objetivo final.

Os recursos narrativos utilizados pela direção são incapazes de compensar certas fragilidades do texto original

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Nesse sentido, “Insurgente” se sai bem: os retornos ao primeiro longa são pontuais e, em sua maioria, promovem uma contextualização contida, que acertadamente crê no conhecimento prévio da audiência, sem que se concretize a possibilidade de prejudicar a construção da unidade deste capítulo e de torná-lo algo com identidade própria, em alguma medida independente dos demais projetos. Além disso, ainda que a resolução não seja das mais memoráveis, ela é competente e bem definida – talvez até definitiva -, como se os personagens tivessem concluído suas missões, conquistado suas recompensas e, a partir daí, fossem partir para uma nova jornada.

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O diretor Robert Schwentke

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Dentre as outras implicações diretas da natureza desta sequência – deste posição em um espaço entre episódios -, vale notar a tentativa de desenvolvimento dos personagens em direção ao momento decisivo. Caleb (Ansel Elgort) sofre a mudança mais drástica, contudo não tão impactante, ao passo que Peter (Miles Teller) é instrumento-chave do roteiro e uma de suas únicas fontes de turbulência em um primeiro ato errático, mas decepciona pela performance automática do ator, frustrante sobretudo pela capacidade demonstrada em filmes como “Whiplash” e “O Maravilhoso Agora”. Shailene Woodley, no papel de Tris, é novamente desperdiçada, muito embora domine a tela quase na totalidade da projeção e consiga oferecer instantes espaçados de emoção mais genuína.

O problema, aqui, parecem ser os recursos narrativos utilizados pela direção, pouco inspirados e incapazes de compensar certas fragilidades do texto original – de pesadelos que indicam o estado psicológico da protagonista a frases de efeito como “Tempos sombrios pedem medidas extremas”, dita por Jeanine (Kate Winslet) com naturalidade próxima de zero. A sensação é de que a convencionalidade da história leva Schwentke a apostar em estratégias que lembram mais a absoluta falta de inspiração de “R.I.P.D. – Agentes do Além” do que a energia de “Red: Aposentados e Perigosos” ou a tensão de “Plano de Vôo”, para citar o trio mais conhecido de seu currículo.

Se a proposta geral é investir em ação, o longa falha miseravelmente por não conseguir atribuir agudez aos seus momentos de enfrentamento: no combate físico, há sempre um corte após cada contato, afetando negativamente a coreografia das lutas; nas sequências de perseguição, a câmera se porta como um observador pouco interessado, que apenas assiste aos personagens correndo ou se lançando pelo espaço sem maior vivacidade – exceção feita às primeiras sequências aéreas, muitíssimo bem filmadas e inseridas na trama.

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Existe somente um prazer adolescente em ver coisas explodindo e todo um segmento em câmera lenta que nada tem a dizer

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Um trecho, em especial, revela os problemas da construção visual. Quando uma das simulações ocorre, o filme praticamente elimina o risco imediato envolvido ou expectativas definitivas, fugindo de seu caráter especulativo e de negociação de expectativas – a despeito de um pequeno jogo de virtual x real – e mergulhando de vez numa espécie de celebração visual sem maiores responsabilidades. O cineasta e sua equipe de fotografia e efeitos visuais, no entanto, não conseguem transformar seu potencial criativo em um produto visualmente interessante.

Existe somente um prazer adolescente em ver coisas explodindo e todo um segmento em câmera lenta que nada tem a dizer e que tampouco encanta em termos estéticos. É essa mesma limitação que o diretor de fotografia, Florian Ballhaus, transporta para o restante do longa, através de uma coordenação de cores extremamente demarcada, que sempre exagera nos contrastes já evidentes entre personagens (bem x mal) e cenários (ruína x poder), e enquadramentos em sua maioria gritantes e igualmente ausentes de inventividade.

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“Insurgente” é eficiente, porém, ao desenvolver seu questionamento primordial

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Ainda assim, por se debruçar sobre o caráter ritualístico daquela organização social (a porção do julgamento da Franqueza é a mais atrativa do conjunto), mais do que sobre uma pretensa discussão política a respeito de liberdade e individualidade, “Insurgente” é eficiente ao desenvolver seu questionamento primordial e aprofundar a essência da produção anterior: ser um Divergente é virtude ou ruína?

O filme tem relativo sucesso não apenas ao fornecer algumas respostas incertas para esta pergunta, como também ao articular a distinção entre cada uma das facções, aspecto fundamental quando se pensa nos rumos da franquia em termos dramáticos. Se inicialmente as diferenças parecem meramente estratégicas e de postura e tom de voz, em especial graças à maneira direta como cada uma delas é caracterizada, ao fim de duas horas esses traços surgem mais amplos e aprofundados, com suas consequências bem estabelecidas para o episódio seguinte.

fbbcb b feedPost originalmente publicado no Brainstorm #9
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