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Política e Economia

O Brasil ainda pode ser o “O PAÍS DO FUTURO”


Escrevendo esta semana para a Bloomberg1, Tyler Cowen afirmou que o Brasil é “ainda o país do futuro”. Embora eu compartilhe do otimismo de Cowen sobre o futuro da nação, seu enfoque na diversidade do país, seu tamanho e sua estrutura política vagamente federalizada ignora a história real – que a economia austríaca e o libertarianismo estão ganhando a batalha de ideias dentro do país.

O Brasil é lar de um dos movimentos pela liberdade mais bem-sucedidos e que mais crescem no mundo. Não só organizações como o Instituto Mises Brasil, o Students For Liberty – Brasil e o Movimento Brasil Livre desempenharam um papel fundamental no impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas (como adoro destacar), Ludwig von Mises é agora o economista mais procurado do país. Mais impressionante ainda, no mês passado Hayek foi mais procurado do que John Maynard Keynes, e Murray Rothbard foi pesquisado mais do que Milton Friedman. Este é um incrível testemunho do trabalho do Instituto Mises Brasil, do Instituto Rothbard, e de outras organizações no país dedicadas à divulgação de ideias austro-libertárias.

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Quantidade média diária de buscas no Brasil relacionadas aos cinco economistas, segundo o Google.

A importância dessa mudança ideológica não pode ser exagerada. Afinal de contas, além das referências aos jogos olímpicos e à saga do impeachment da presidente Dilma Rouseff, não há muito no artigo de Cowen que não fosse verdade quando a The Economist enalteceu o país em sua capa em 2009. Que o país está em meio à sua maior crise econômica em mais de um século é uma ilustração de que, por todos os recursos que o Brasil talvez tenha como país, só uma nação com um clima intelectual que aceite os mercados e os direitos de propriedade pode desfrutar dos frutos da prosperidade. Os brasileiros têm a mesma escolha de seus vizinhos na Venezuela: o capitalismo ou o caos.

Se há algum aspecto positivo para ser encontrado na debilitante crise econômica brasileira, é que ela tornou cada vez mais óbvias as falhas do status quo esquerdista. Conforme o financiamento de serviços públicos foi reduzido, em parte para pagar pelo superorçamento dos jogos olímpicos e o cronismo que eles atraem, o mercado tem sido capaz de entrar e fornecer serviços vitais.

Por exemplo, enquanto policiais protestam contra cortes orçamentários com letreiros que diziam “bem-vindos ao inferno”, forças de segurança privadas preencheram a lacuna durante os jogos. Com mais de 60% dos brasileiros temendo as forças policiais de seu país, em grande parte devido ao número crescente de mortes relacionadas à polícia, a demanda por proteção privada cresceu em todo o país.

Outro fracasso geral destacado nos jogos olímpicos deste ano é a desastrosa situação de saneamento no Brasil. Com manchetes em todo o mundo se concentrando nos sérios riscos para a saúde de qualquer atleta exposto à água cheia de esgoto no Rio, há um ímpeto crescente para privatizar a Cedae, empresa estatal de água e esgoto2. Como muitas das empresas públicas brasileiras, incluindo a gigante petroleira estatal Petrobras, que derrubou Rousseff, a Cedae está agora sob investigação por corrupção.

Talvez o mais importante, a educação privada vem prosperando no Brasil. Com leis que permitiram o surgimento de universidades com fins lucrativos no país sendo aprovadas nos anos 90, milhões passaram por universidades privadas brasileiras e o setor atraiu bilhões de dólares de investidores internacionais, com crescimento de dois dígitos desde 2010. Uma das principais vantagens do crescimento na privatização da educação é a maior especialização e maior flexibilidade do currículo, o que é particularmente útil dada a diversidade de população que o Cowen destacou. Com população significativa das línguas japonesa e alemã no Brasil, o crescente mercado educacional permite uma escolaridade capaz de atender as demandas específicas de cada comunidade.

O fato de haver um crescente sentimento público de apoio a privatizações é um testemunho das mudanças culturais ocorridas no país. Como afirmou Elena Landau, ex-economista do BNDES, “a privatização já não é um tabu”. Isso se deve em grande parte ao incrível trabalho das várias organizações dentro do país dedicadas à disseminação do capitalismo.

Como Mises disse em seu livro As seis lições: “Tudo o que acontece no mundo social em nosso tempo é o resultado de ideias. Coisas boas e coisas ruins.”

“Tudo o que acontece no mundo social em nosso tempo é o resultado de ideias. Coisas boas e coisas ruins.” – Mises

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Se o Brasil realmente é “o país do futuro”, será porque ele adotou as ideias de Mises, Hayek e Rothbard.

O crescente número de brasileiros dedicados à disseminação do capitalismo e da liberdade é o maior recurso que o país possui.

Esse artigo foi originalmente publicado como The Real Reason Brazil Can Still Be “the Country of the Future”para o Mises Institute.

Notas:

  1. Esse artigo foi originalmente publicado em agosto de 2016. (N. do E.)
  2. Como tem sido amplamente noticiado pela impresa, a privatização da Cedae continua avançando a passos firmes. (N. do E.)
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