Com seu estilo irreverente, o gênio das finanças Warren Buffett destaca “No mundo dos negócios, o espelho retrovisor é sempre mais claro do que o pára-brisa”. Reflita sobre como você encara a liderança: mantém o foco no espelho retrovisor, se vangloriando das conquistas passadas, ou busca formas de clarear o pára-brisa para inspirar e mobilizar pessoas a alcançar uma visão?
No estudo do capital humano global de 2008 da IBM, que entrevistou 400 executivos de 40 países, 75% das empresas citaram sua incapacidade de desenvolverem líderes futuros como um problema crítico. Face ao crescimento explosivo em mercados emergentes e à aposentadoria de funcionários experientes em economias mais maduras, os dados pesquisados sugerem que as empresas estão colocando seu futuro em risco caso não consigam identificar, desenvolver e capacitar a próxima geração de líderes.
Foram levantados três fatores importantes que contribuem para a capacidade de desenvolvimento de uma força de trabalho adaptável em uma organização:
- Prever as habilidades necessárias e sua disponibilidade futura nos próximos três a cinco anos.
- Identificar e localizar indivíduos com expertise específica.
- Estimular um ambiente que propicie a colaboração entre as pessoas, além das fronteiras organizacionais.
Segundo o legendário professor da Harvard Business School, Robert Kaplan, criador do Balanced Scorecard (BSC) e do activity-based costing (ABC), somente 5% da força de trabalho entendem a estratégia, ou seja, 95% têm uma barreira com relação ao futuro da organização. A visão, algo mutável por natureza, é o sonho da empresa, uma declaração concisa que descreve o que ela quer realizar objetivamente nos próximos anos de sua existência.
Diante desses dados, que provam que muitas vezes os colaboradores não estão alinhados aos objetivos futuros de investimento, desenvolvimento e crescimento das empresas, sugiro que você se reúna com a sua equipe de trabalho e estimule um debate sobre a seguinte questão: O que de fato queremos ser?
Peço essa reflexão porque ainda é muito comum em grupos empresariais que a visão fique apenas na mente do primeiro homem na organização e nos níveis estratégicos. Segundo Kaplan, existe uma barreira da administração em que 85% das equipes executivas gastam menos de uma hora por mês discutindo a estratégia. Como em muitos casos esse foco não é comunicado para a linha de frente, que é responsável por fazer as coisas acontecerem, boa parte da equipe torna-se míope e a liderança manca.
Espera-se dos líderes que inspirem e mobilizem a equipe em busca de uma visão. Portanto, sugiro que você marque uma reunião neste exato momento com sua equipe para responder em conjunto as seguintes questões: O que queremos ser? Quando? O que depende de nós para alcançarmos essa visão?
Imagem: Sachin Ghodke