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A tecnologia por trás dos carros ecologicamente corretos


Do simpático Fusca ao mais exótico dos esportivos que circulam pelas ruas (e pistas de corrida) do mundo, todos os carros têm características em comum que os permitem, no fim das contas, serem classificados e dirigidos como simples carros. Mas isso nem sempre foi assim.

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Ford T

Primeiro veículo a ser produzido e vendido de maneira massificada, o famoso Ford T teve mais de 15 milhões de unidades fabricadas entre 1908 e 1927, e sem a devida ajuda você provavelmente não conseguiria tirá-lo do lugar caso tivesse a chance.

Ainda que hoje pareçam soluções óbvias, peças como volantes, alavancas de câmbio, pedais, faróis, luzes de sinalização e uma porção de outros detalhes que passam despercebidos no dia a dia de nossa vida automotiva são resultado de uma grande evolução promovida pela indústria e selecionada pelo mercado, em um nem tão longo processo de evolução natural sobre rodas.

O mesmo fenômeno aconteceu na parte técnica dos veículos. Há 40 anos, um cidadão que procurasse por um carro para levar seus filhos teria uma ampla quantidade de soluções a seu dispor, com diferentes resultados no comportamento dinâmico do veículo. O Fusquinha contava motor e tração traseiros. Já o DKW (ou Decavê, para os íntimos) tinha motor dianteiro de 2 tempos e tração à frente, enquanto o Chevrolet Opala apostava no motor intalado à frente com tração traseira e o menos reverenciado Ford Corcel, motor e tração dianteiros. Todas essas diferenças técnicas também faziam com que esses carros tivessem grandes vantagens e desvantagens um sobre o outro, além de oferecerem comportamentos dinâmicos próprios.

A evolução do mercado fez com que as fábricas copiassem as melhores soluções de seus concorrentes e descartassem as características de seus veículos que eram menos apreciadas pelo mercado. Assim os carros atuais podem até serem ótimos, mas também são tecnicamente iguais (salvo honrosas exceções): se hoje nosso cidadão lá de cima procurar por um carro para levar seus netos, certamente irá se deparar com veículos com motor a tração dianteiro, suspensão dianteira independente e traseira semi-independente, entre outros tantos detalhes.

Apesar dos carros tradicionais aparentemente terem chego a seu limite de evolução conceitual, o despertar dos carros ecológicos também trouxe na bagagem uma série de novas experimentações da indústria, todas carregadas com um bocado de tecnologia.

Motores “verdes”

Alguns dos representantes da mais nova geração de motores a combustão são equipados com recursos como injeção direta de combustível, coletores de admissão variáveis e comandos de válvulas continuamente variaveis que os permitem realizar queimas mais eficientes de combustível e emitir menores quantidades de poluentes na atmosfera.

Em 2008 a Toyota lançou na Europa o conpacto iQ, modelo equipado com um motor três cilindros com 1.1l que desenvolve 68 cv de potência e emite apenas 99 gramas de CO2 por quilômetro rodado (99 g/km). Apenas para comparar, os carros mais “verdes” a venda no Brasil são o Mille e Gol G4 1.0, que têm indices de 127 g/km e 156 g/km, respectivamente.

Downsizing

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Fiat 500

Antigamente motores turbinados eram famosos por equiparem carros esportivos, mas agora também seguem carreira em novos campos verdes. Um pequeno motor turbinado pode oferecer a mesma potência de uma unidade até 50% maior, lançando bem menos poluentes no ar.

O motor 0.9 Twinair que a Fiat oferece na Europa e nos EUA para o pequeno modelo 500 desenvolve 85 cv de potência e lança 95 g/km na atmosfera, enquanto o motor 1.4 que equipa o Citroen C3 a venda no Brasil desenvolve 82 cv, emitindo 172 g/km.

Start & Stop

Sistema que faz com que o carro se movimente sem a ajuda de seu motor a combustão até velocidades que variam de 5 km/h até 15 km/h. Para tanto, conta com um pequeno motor elétrico (o mesmo usado para dar a partida no motor) e uma bateria especial, do tamanho das que equipam os carros normais, de alta capacidade. Com trânsito fluindo o sistema não faz diferença em seus índices de emissão ou consumo, que só aparece no anda-e-para de engarrafamentos.

Híbridos (Kers)

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Porsche 918

Famosos por equiparem os carros de Fórmula 1, o Kers – ou sistema de recuperação de energia cinética, em português – aproveitam o movimento do carro em momentos em que ele não está sendo acelerado, como frenagens ou descidas, como única maneira de recarregar baterias especiais que alimentam um motor elétrico que trabalha junto a um motor a combustão.

O modelo mais famoso da categoria, o Toyota Prius foi lançado em 1997 e atualmente está em sua terceira geração, com mais de 2 milhões de unidades vendidas. Seu motor 1.8 desenvolve 110cv e atua junto a um motor elétrico de 28cv, que permitem que o carro faça até 21km/l com emissões de 70g/km.

Previsto para chegar às lojas entre 2013 e 2014, o Porsche 918 é um esportivo com motor 3,4 de 500 cv de potência, que se somam a outros 218 cv que vêm de seu sistema de Kers. Com tamanha cavalaria, o modelo pode acelerar de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e ter velocidade máxima de 320 km/h. Em uso moderado no trânsito urbano o esportivo tem apetite de compacto por combustível, fazendo 33 km/l módicas emissões de 70 g/km.

Híbridos conectados (Plugged in hybrids)

Mesmo conceito dos híbridos comuns, mas com a opção de se recarregar as baterias do veículo a partir de uma tomada externa. As mais novas versões do Toyota Prius podem vir com esta opção.

Elétricos híbridos

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Chevrolet Volt

Carro que se movimenta a partir de seu motor elétrico, mas é equipado com um motor a combustão de alto rendimento que é usado apenas para recarregar suas baterias. Os primeiros protótipos do Chevrolet Volt usavam este sistema, mas o veículo chegou ao mercado com a opção de se conectar o motor às rodas em algumas situações específicas – como em estradas de alto limite de velocidade – o que na prática o qualifica como um híbrido conectado. Definições à parte, o Volt é capaz de beber 44 km/l, emitindo 52 g/km.

Elétricos

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Tesla Roadster (modelo 2009)

Os primeiros carros totalmente elétricos apareceram há mais de 100 anos e deste então já renasceram e foram considerados extintos algumas vezes. Os modelos da nova geração usam as mesmas baterias de alta capacidade com a mesma tecnologia que pode ser vista nos modelos que equipam smartphones e notebooks, e podem rodar até 400km com uma única carga sem emitir um único grama de CO2 na atmosfera.

Em 2008 a californiana Tesla Motors lançou o modelo Roadster, esportivo construído com a ajuda da Lotus capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos, com autonomia de até 350 quilômetros em uso moderado. Sua bateria modular de ions de lítio tem 6.831 células e pode ser completamente recarregada em 3 horas e meia, contra as 8 horas de outros modelos do tipo, como o hatchback Nissan Leaf.

Atualmente a Tesla Motors conta com investimentos de empresas como Mercedes Benz, Ford e outras gigantes do mundo da tecnologia, e pretende oferecer sua tecnologia de construção de baterias para outros fabricantes.

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