A definição oficial de startups, diz que esses tipos de empresa são pequenas, bem pequenas. Elas normalmente são recém-criadas e estão em fase de desenvolvimento e pesquisa de mercado. O termo startup virou moda no mundo empreendedor. Principalmente porque, nos últimos dois anos, os investimentos neste tipo de empresa aqui no Brasil, sejam nacionais ou estrangeiros, têm multiplicado visivelmente. Porém, como não podia deixar de ser, criei minha própria definição do termo startups, que presumo ter surgido dessa fase de estagiário de jardineiro que estou passando. Porém fiquei feliz, de encontrar na natureza, algo que represente um termo pertencente ao mundo dos negócios.
TRÊS TENTATIVAS E NENHUM ABACATEIRO
O propósito de qualquer startup é virar uma grande empresa. Assim como o propósito de toda semente de abacate é virar um abacateiro. Porém, não adianta pegar uma semente de abacate e colocar na terra para obter um abacateiro. Assim como também não adianta abrir um CNPJ para obter uma grande empresa. Da mesma forma que plantar abacates, abrir uma startup também envolve algumas técnicas e experimentações. Experimentações estas, que tenho praticado aqui no quintal onde moro.
Eu adoro abacate, todo mundo aqui em casa é apaixonado por abacates. O mais interessante da natureza, é que cada “produto” que ela produz, vem com um “chip” criador de novos produtos dentro, decidi então plantar abacates. É claro que antes, procurei na internet alguns artigos sobre o tema, até encontrar um que me convencesse sobre a melhor técnica de plantio. Encontrei algumas coisas e peguei logo a primeira semente que achei, e coloquei uma das suas metades dentro de um copo d’água. Aguardei um, dois, três dias para ver se alguma coisa acontecia. Nada. No final do processo, a água ficou suja, gosmenta e só. Joguei fora a semente.
Peguei então uma segunda semente. Desta vez escolhi bem a dita cuja, procurando uma que já viesse meio que brotada dentro do abacate e repeti o processo. Coloquei a metade da semente em um copo com água, só que agora colocava ela todos os dias para tomar o sol da manhã e trocava a água diariamente. Passou um, dois, três, cinco dias e nada. Saiu uma leve ponta de raiz de dentro da semente de abacate e só. Neste momento eu pensei: “Será assim tão difícil plantar abacate?”. Para plantar abóbora, por exemplo, basta jogar sementes sobre uma terra trabalhada com lixo orgânico e logo ela nasce. Já o abacate, estava dando trabalho…
Foi aí que resolvi pensar. Sim, pensar. Afinal, minha cabeça não serve somente para ficar equilibrada no pescoço. Peguei uma terceira semente, desta vez uma bem úmida de dentro de um abacate e a coloquei sobre uma taça de champagne. Assim a semente ficaria somente com a pontinha na água e a raiz, se quisesse nascer, teria que fazer algum esforço para atingir o líquido. Continuei colocando a semente para tomar o sol da manhã, mas me lembrei de não deixá-la esquentar tanto que ficasse seca. Também comecei a guardá-la junto comigo dentro do escritório, onde é mais quente para que ela sempre ficasse com aquela sensação de calorzinho eterno. Troquei a água todos os dias e “voilà”, as raízes do meu futuro abacateiro começaram a sair com mais força de dentro da semente.
STARTUPS = SEMENTES DE ABACATE
O que percebi nessa aventura, foi que para criar qualquer coisa é preciso ter cuidado. Para criar um cachorro é preciso ter cuidado. Para criar uma criança é preciso ter cuidado. Para criar uma empresa é preciso ter cuidado. Quando falo cuidado, estou me referindo a dar atenção àquilo que se está fazendo. Prestando atenção a cada momento do desenvolvimento do que está sendo criado.
Em uma startup, você precisa saber qual é o seu futuro. Criar as estratégias para chegar a este futuro e, mais importante, criar um ambiente favorável para que o seu crescimento aconteça. Lembra o que aconteceu com a primeira semente de abacate? Basicamente, ela sofreu o mesmo processo que a terceira semente, mas como não criei uma estratégia e tampouco tive cuidado com ela, não cresceram raízes e a água onde ela estava ficou toda suja. Tive que “encerrar a empresa”, antes mesmo de ela começar a crescer.
Assim como não dá para injetar um anabolizante em uma semente de abacate, para fazê-la crescer de uma hora para outra, não dá para injetar uma quantidade enorme de capital em uma startup na esperança dela crescer com eficiência. Em ambos os casos, tanto o abacateiro como a startup irão crescer, mas até que ponto os seus frutos, serão de qualidade?
Criar uma startup é fácil. Trabalhoso é construir uma empresa. Esta precisa de visão estratégica e muito cuidado. Isto se você não quiser fechar as suas portas antes mesmo de crescer, ou fechar as portas depois de ver que os frutos produzidos, rapidamente e sem cuidado, são de péssima qualidade.
Ainda faltam alguns anos para minha “semente de abacate” virar um “abacateiro”, mas vê-la criar raízes já demonstra que estou no caminho certo. E você? Como está a sua “semente de abacate”?
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