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Não deixe para depois o que você deveria decidir agora


Semana passada tive o prazer de dar um workshop para alunos do primeiro ao terceiro período de engenharia química da Unicamp. O evento fez parte da 14a. Semana de Engenharia Química e convidei os alunos a refletirem em quem gostariam de ser. Tive muitas surpresas agradáveis no evento. A organização era excelente, pois os alunos que faziam a coordenação eram de uma educação e presteza incríveis. Fiquei surpreso também com a estrutura física da Unicamp. Que campus lindo! Porém, como tudo acaba sempre tendo um porém, a juventude está apática. O workshop teve duas horas onde todos anotaram e fizeram todas as atividades que eu propus, mas infelizmente o resultado foi ter colocado em cheque quem eles poderiam ser se não tivessem medos ou preconceitos demais para tentar.

UM DANÇARINO OU UM ENGENHEIRO?
Fiquei pasmo ao ouvir a seguinte frase de um rapaz que devia ter uns 22 anos: “Se eu for dançarino vou morrer de fome.” Ouvi isso de um rapaz que enquanto falava com tamanha paixão da dança de salão, diminuía-se como engenheiro. A desculpa para não ser dançarino, era o joelho que não aguentava mais o impacto da dança.

Se você não toma decisões aos 22 anos, fica cada vez mais complicado tomá-las aos 32, aos 42 e aos 52 anos. Isso acontece porque nós mesmos vamos criando empecilhos para não fazer aquilo que sentimos que devemos fazer. Para um rapaz de 22 anos que mora em uma república e é sustentado pelos pais a desculpa é o joelho que dói. Para uma pessoa de 42 anos que é casada e tem dois filhos, a desculpa é a escola das crianças e as contas do mês. Conforme o tempo passa, as desculpas vão ganhando mais e mais corpo até a corda estourar. Ela irá estourar lá no final da vida, quando olharmos para trás e nos arrependermos das coisas que não fizemos, mesmo sabendo que era o certo a ser feito.

Eu por exemplo, estou me programando para saltar de asa delta em abril do próximo ano. Apesar disso, posso não conseguir cumprir esta minha meta. Posso adquirir uma doença grave daqui a três meses que me impeça de voar e não realizar esse sonho. Por que não voo hoje mesmo? Porque tem o trabalho, tem as crianças, tem as viagens, enfim, tem um monte de desculpa esfarrapada.

Agora imagine alguém que sonhe em ser dançarino e apesar disso, prefere se formar engenheiro químico. Estuda cálculo um, dois, três. Estuda física. Fica em dependência em química e se forma depois de cinco anos, quando entra como trainee em uma empresa para trabalhar como engenheiro. Lá, ele se veste terno e gravata, cria projetos, analisa linha de produção de produtos e tudo o mais que um engenheiro deve fazer. Passam-se dez, vinte, trinta anos e ele criou o hábito de fazer aquilo que ele não sente prazer nenhum ao fazer. Ganha uma dor nas costas, dores nos ombros e também a cerveja no final de semana que o alivia de sua falta de responsabilidade com os seus talentos.

Não vou voar de asa delta nos próximos três meses. Criei as minhas desculpas para isso não acontecer agora, mas me programo para voar no próximo ano. A não realização desse sonho não afeta tanto o percurso do meu caminho por ser algo pontual. Não é um hábito. Não é um trabalho. Eu não quero me tornar piloto de asa delta. Quero fazer um passeio em voo duplo e só. Se eu não voar vou olhar para trás e dizer: “Putz, podia ter feito isso em agosto de 2001, mas preferi deixar para depois.”

Agora imagine o impacto que tem no nosso espírito escolhermos uma profissão a outra. No final de quarenta anos só restará ao engenheiro-dançarino olhar para trás e dizer: “Putz, podia ter sido dançarino quando estava lá na Unicamp, mas preferi deixar para depois. Podia ter sido dançarino quando me formei, mas deixei para depois. Podia ter feito um curso de dança quando recebi as primeiras férias do trabalho, mas deixei para depois. Podia ter me tornado dançarino antes de descobrir que tinha câncer, mas deixei para depois. Podia ter me tornado dançarino quando me aposentei como engenheiro, mas deixei para depois. Podia ter me tornado dançarino antes de estar internado aqui neste hospital, mas deixei para depois.”.

A MERDA DO STATUS
Provavelmente quando esse rapaz passou no vestibular da Unicamp, toda a família comemorou. Provavelmente todos falaram que ele seria um engenheiro químico formado pela Unicamp e que isso era ótimo! Muito provavelmente ninguém pensou que ele deveria ser dançarino, mesmo vendo que ele era ótimo nisso. Não! Ele deveria ser engenheiro! Dançarinos morrem de fome!

Foi por causa desse feedback que o rapaz ficou crente que está no caminho certo apesar do coração dele dizer que este é o caminho errado. Ele pensa que tem que persistir nisso enquanto o coração diz que ele deve insistir em outra coisa. Participou até de um workshop sobre “Quem você quer ser”, mas não quer acreditar que o que ele precisa mesmo é:

  • Insistir em provar para si mesmo, que pode ser um excelente dançarino e professor de dança.
  • Insistir em demonstrar por A + B, que é possível não morrer de fome sendo dançarino.
  • Insistir em viver a vida plenamente, rodopiando bailarinas no salão ao invés de construindo fórmulas num laboratório.

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