X

Busque em mais de 20.000 artigos de nosso acervo.

Novidades pela net

O problema de acreditar nos mitos


Mark Zuckerberg, do Facebook (crédito: reprodução)

Mark Zuckerberg, do Facebook (crédito: reprodução)

Desde a famosa dramatização pelo rádio de a “Guerra dos Mundos”, de H.G. Wells, idealizada por Orson Welles, o tema da invasão alienígena – um gênero à parte na ficção científica – fascina as pessoas. Em 1938, a abordagem realista da transmissão disseminou pânico pelos EUA. Hoje em dia, filmes, como Independence Day ou, mais recentemente, Skyline, espalham apenas filas nos cinemas.

Mas há um tabu nesses enredos: porque os seres de outro planeta, embora dotados de tecnologia avançadíssima e, teoricamente, parte de uma civilização muito mais evoluída, são sempre monstros de inteligência limitada? E qual o motivo de abandonarem qualquer resquício de civilidade e sempre partirem para a porrada com os terráqueos? Mesmo quando mostram alguma capacidade racional, no máximo, equiparam-se a nossa média.

Invasores com poder de viajar pelas estrelas e, eventualmente, ter milhões, talvez bilhões de anos de evolução à nossa frente, estariam para os humanos, em termos de inteligência, do mesmo modo que o homem comparado aos animais. Ou até mais avançados. Talvez, de um jeito meio Matrix, nem percebêssemos o domínio, de tão sutil, se houvesse um evento do gênero.

Ninguém, entretanto, discute esses “detalhes” menores. Embora pouco lógicas, as narrativas de invasões fazem sucesso porque trabalham com temas essenciais: um medo básico, o do desconhecido, e também uma qualidade fundamental, a capacidade de superação. As pessoas até relevam, como provam as bilheterias, exageros típicos de Hollywood, como o presidente dos EUA pilotando um caça, à frente de uma esquadrilha de jatos em luta contra os aliens (o pior mesmo é os aviões combaterem de igual para igual os veículos espaciais).

Esse é o poder do mito. São histórias poderosas, de heróis, grandes feitos e predestinação. No empreendedorismo, sagas como as de Bill Gates, Steve Jobs e, mais recentemente, Mark Zuckerberg incendeiam a imaginação dos aspirantes a empresários.

O problema é se a ficção empolga demais. Quando o empreendedor se inebria por histórias de sucesso, contadas sob um ponto de vista glamuroso e, portanto, parcial. O aspirante a empresário pode se ver como um Jedi, imbuído de uma habilidade especial, que o diferencia de todo o resto.

Parece exagero? Pois o entusiasmo muitas vezes nubla a visão para as incongruências do enredo até no nosso dia a dia. Como na síndrome da Mega-Sena. Há uma chance em 50 milhões de se acertar o resultado com seis dezenas. Mas o sonho e as histórias de vencedores parecem criar uma nova realidade, onde o prêmio só depende de você. É isso mesmo. As pessoas passam a acreditar na intuição, na força do pensamento e em qualquer outro fator mágico que lhes dê esperança.

A realidade mostra, no entanto, que há 25 vezes mais possibilidades de ser atingido por raio – uma em 2 milhões – do que ganhar na Mega-Sena. Diferentemente do jogo, a descarga pode ser evitada com precauções de segurança. Mas não existe fórmula que melhore o acaso, no caso da loteria.

Existem, com certeza, pessoas com um talento nato para empreender, mas são exceções e não a regra. Como na música ou nos esportes. Há um Mozart e centenas, talvez milhares, de bons compositores. Ou um Usain Bolt, que corre 100 metros em 9,58 s. E todo o resto da humanidade que assiste ao fenômeno quebrar recordes. Do mesmo modo, para cada Bill Gates ou Steve Jobs surgiram milhares de startups. Antes e depois.

São exemplos extremos, claro. Mas qualquer meta precisa se basear no quadro amplo e real. Ninguém decide, de uma hora para outra, ser um atleta olímpico ou um gênio compositor. Essas biografias são resultado de talento precoce, mas também de muito esforço e dedicação.

Acredito que qualquer um pode escrever seu próprio enredo de sucesso. Prova disso são justamente as histórias da Microsoft, da Apple e do Facebook. Mas é preciso tomar cuidado, quando se tornam fantasias. Inspiração é fundamental, mas, como a diz a máxima de Thomas Edison, repetida como mantra por todos os empresários de sucesso, 99% do resultado vêm da transpiração. É sempre bom também lembrar que, enquanto empreendedor, o happy end talvez seja um happy beginning. E os inimigos – ainda bem – não são alienígenas. Tratam-se, na verdade, de nossas próprias limitações, como o medo do desconhecido, a falta de iniciativa e a arrogância. Épica mesmo deve ser a determinação. O resto é história.

Via RSS de Papo de Empreendedor

Leia em Papo de Empreendedor

Comente este artigo

Populares

Topo
http://enterslots.epizy.com/ http://cair138.epizy.com/ http://sido247.epizy.com/ http://omega89.epizy.com/ http://merdeka138.epizy.com/ 7meter slot 7winbet abcslot https://obor138.web.fc2.com/ https://monsterbola.web.fc2.com/ https://daget77slot.web.fc2.com/ star77 138 slot istana77 mega138 cuan138 nuke gaming slot grandbet infini88 pg slot baccarat casino idn live idn poker sbobet tangkas88 slot sbobet88 slot deposit dana joker123 autowin88 zeus138 dewagg roma77 77lucks bos88 ligadewa sonic77 168 slot