O brasileiro Otto Stupakoff pode – e deve – ser considerado como um ápice na história da fotografia. Na década de 50 foi o percursor do ensaio de moda no país ao fotografar a atriz Duda Cavalcanti, num cenário art noveau no Rio de Janeiro (material pessoal, jamais publicado).
Stupakoff morou por muitos anos em Nova York, trabalhando para as revistas Life, Look, Vogue, Cosmopolitan, Elle e Esquire.
“O maior desafio do artista é o de encontrar sua própria voz.”
Entre seus principais retratos, estão os de algumas personalidades, como Truman Capote, Jack Nicholson, Richard Nixon, Paul Newman, Jorge Amado, Pelé, Tom Jobim, a alteza real Grace de Mônaco e Sophia Loren, que clicou cinco vezes.
Além de Nova Iorque, Stupakoff morou em Paris e Los Angeles (onde estudou fotografia na Art Center College of Design). Certa vez desabafou em uma entrevista sobre a dificuldade em conseguir trabalhos no Brasil após atingir fama internacional. Disse a UOL: “Parecia que as pessoas me tratavam como um mito, não se sentiam muito à vontade na minha frente, achavam que não tinham intimidade suficiente para me dar trabalho. Em quatro anos que passei aqui, surgiram apenas 20 trabalhos, sendo que 10 eu mesmo inventei.”
Mas suas viagens e moradas internacionais nem sempre foram de sucesso absoluto: Otto foi preso, torturado e quase morreu por fotografar as ruínas de Angkor Wat e os campos de extermínio nas selvas de Battambang. O resultado desta viagem foi exposto e leiloado pela Academia de Ciências de Nova York, beneficiando um fundo financeiro para as vítimas de minas terrestres.
Em seus últimos anos, Stupakoff mudou para um flat no Itaim Bibi em São Paulo, e chegou a lecionar por um curto período na Escola Panamericana. Faleceu no dia 22 de abril de 2009, pouco depois de ser diagnosticado com Mal de Alzheimer.
“Sempre fui encantado pela beleza. Para mim, ela é essencial para viver. É algo que o povo japonês, por exemplo, tem inato: desde pequeno eles cortam papel, dobram e tem uma consciência da beleza.”
Para conhecer mais sobre a história e a obra deste mestre, vale a pena visitar o hotsite que o Instituto Moreira Salles fez exclusivamente para o artista.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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