Brasília – Mais de 40% das indústrias do país tem o fluxo de caixa afetado porque pagam impostos antes de receberem pelas vendas. Para 41,1% das empresas, o prazo médio de recebimento das vendas é superior a 45 dias, enquanto que o de pagamento dos tributos que mais afetam o fluxo de caixa, como as contribuições previdenciárias e o PIS e a Cofins, é de, no máximo, 40 dias. As informações são da consulta empresarial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (29).
Segundo a pesquisa, feita entre 20 e 28 de junho com 594 empresas, os empresários brasileiros têm um alto custo financeiro para cumprir com as obrigações tributárias. Conforme 60,3% dos empresários, os impostos pagos consomem mais de 20% do faturamento. “Os tributos têm um peso grande sobre o faturamento. Isso reforça a importância do governo recolhê-los, no mínimo, no mesmo prazo que as indústrias recebem pelas vendas”, destaca o economista da CNI, Mário Sérgio Carraro.
O estudo mostra ainda que 33,5% das empresas recebem pelas vendas, em média, entre 31 e 45 dias e 22,4% recebem em até 30 dias. Para 53,1% das empresas, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos estados, é o que mais afeta o fluxo de caixa. As indústrias de grande porte são as que mais sentem o impacto desse tributo. Entre elas, 56,7% informaram que sentem efeitos desse recolhimento no fluxo de caixa ante 53,7% das médias e 51,6% das pequenas.
Mário Sérgio Carraro diz que o peso maior do ICMS no fluxo de caixa das empresas se explica porque, além do prazo médio para recolhimento desse imposto ser menor, é o que tem maior peso na carga tributária. “O último dado da Receita Federal, de 2009, mostra que a arrecadação do ICMS representou 7,13% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso correspondeu a cerca de 21% da carga tributária do país”, destaca o economista. Dos entrevistados pela pesquisa da CNI, 50,7% afirmaram que o tributo precisa ter o prazo de recolhimento ampliado.
Impostos federais
As contribuições previdenciárias, apontadas por 48,9% dos entrevistados, são o tributo federal que tem maior efeito no fluxo de caixa das empresas, informa o estudo. Entre as empresas de menor porte o impacto é maior, afetando 51,7% das médias indústrias e 50,9% das pequenas. Entre as grandes empresas, 37,1% afirmaram sentir os efeitos desse tributo no fluxo de caixa. Na visão de 48,3% dos empresários, as contribuições precisam ter o prazo de recolhimento estendido.
O PIS e a Cofins, apontados por 42,1% dos entrevistados, ficaram na terceira colocação entre os que mais afetam o fluxo de caixa. Mas, ao contrário das contribuições previdenciárias, as grandes empresas são as que mais sentem os efeitos negativos. Entre elas, 54,6% das empresas apontaram as duas contribuições como as de maior impacto no fluxo de caixa ante 47,3% das médias e 34,3% das pequenas. O estudo aponta que, para 36,8% dos empresários, o prazo de pagamento desse tributo precisa ser maior.
Segundo Mário Sérgio Carraro, os prazos de pagamento dos impostos afetam de forma diferente empresas de todos os portes. “No caso das grandes empresas, apesar do percentual maior das que recebem pelas vendas após 45 dias, elas tendem a ter um financiamento mais barato e fácil do que as médias em pequenas”, completa o economista.
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