Gerou bastate repercussão a chegada da Netflix no Brasil. Praticamente todos os veículos de comunicação, na área de informática ou leigos, noticiaram.
Não resta dúvidas que o futuro do entretenimento audiovisual é o streaming. O que me espanta é a demora que estúdios, produtoras e distribuidoras tiveram para se dar conta disso. Conta-se, por cima, cerca de uma década de troca livre de arquivos pela internet. Com o tempo, filmes e música se tornaram a maior parte deles.
Não se trata de mera pirataria. Muitas vezes, o download alternativo é o único meio de acesso por fãs de séries e filmes. É inaceitável, em tempos onde um espirro no Camboja causa gripe no mundo inteiro, que a distribuição de conteúdo se baseie em calendários diferentes para cada região do mundo — algumas até ficando de fora. A informação está globalizada e isso é irreversível.
Lembram-se da badalada série Lost? Nos últimos capítulos, tinha gente que nem queria esperar o download… preferiam acompanhar os fãs norte-americanos, que botavam uma webcam na frente do aparelho de TV e transmitiam em tempo real o programa para todo o mundo. Qualidade de imagem era o de menos.
Os mais velhos podem alegar: “Ah, mas essa molecada anda impaciente demais… no meu tempo os enlatados americanos levavam anos para chegar à TV aberta daqui…” Pois bem, no meu tempo, quando eu assistia “Chips” e “A Super Máquina”, não havia redes sociais e fóruns de internet onde fãs afoitos mal viam a hora de discutir com o mundo o episódio mais recente. Os tempos mudaram, ponto final.