Brasília – Quarenta e oito por cento dos consumidores estão dispostos a pagar até 10% a mais por produtos ou serviços que atendam a requisitos ecológicos e sociais. A informação foi dada pelo diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, durante a Reunião Latino-Americana sobre Bancos de Desenvolvimento e Investimentos Ambientalmente Sustentáveis nesta sexta-feira (23), em Belém. Segundo Carlos Alberto, dados como esse apontam caminhos a serem seguidos já de imediato pelas 5,7 milhões de micro e pequenas empresas (MPE) de todo o Brasil.
Carlos Alberto participou, neste segundo dia de encontro, do painel ‘Oportunidades de investimento e negócios em atividades sustentáveis’. Pela primeira vez, instituições de vários países da América Latina se reuniram com o objetivo de debater medidas que signifiquem mais investimentos em programas e políticas voltados às MPE e médias empresas da região amazônica. O evento é uma realização da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento (Alide), do Banco da Amazônia e do Sebrae no Pará.
Ao apresentar um panorama do mercado verde, Carlos Alberto enfatizou que 0,8% do mercado brasileiro atua com produtos e serviços comprometidos com o meio ambiente. Mas a previsão é de que esse número apresente crescimento considerável, ficando entre 5% e 7% ao ano até 2020. “Sustentabilidade significa competitividade ao longo do tempo. Quem não seguir essa tendência pode deixar de existir”, alertou.
Reciclagem
Segundo o diretor do Sebrae, o brasileiro ainda não relaciona a importância dos altos níveis de reciclagem registrados pelo país desde 1990 com a questão ambiental. Por isso, chamou a atenção para os resultados de sondagem realizada pelo Sebrae junto a empresários do segmento de pequeno porte, que revelou que a maioria desconhece o conceito de sustentabilidade, embora desenvolva ações que mostram sua aplicação no cotidiano.
Apesar de 58% deles afirmarem não ter conhecimento sobre o tema, na prática, entre 61% e 80% realizam algum tipo de ação sustentável, como controle de consumo de energia, água e papel, coleta seletiva e tratamento de resíduos tóxicos. “A sondagem evidencia a dimensão do desafio de incorporar a agenda da sustentabilidade na gestão cotidiana dos pequenos negócios em nosso país”, assinalou.
Como forma de estimular micro e pequenas empresas na questão, Carlos Alberto apontou a importância do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), lançado em abril deste ano no município de Chapada dos Guimarães (MT). Instalado no Espaço Sebrae de Conhecimento, em Cuiabá, o CSS se dedica primeiramente a dois focos: Política Nacional de Resíduos Sólidos e eficiência energética.
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