“O comportamento das pessoas não mudou. O que mudou foram as ferramentas”, disse Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook na América Latina, no início de sua apresentação no segundo dia de Digital Age 2.0. Ele falou sobre o papel da rede social na fase pela qual a web está passando. Não é de hoje que as mídias sociais estão tranformando o ambiente digital e os hábitos dos usuários (online ou offline), mas poucos profissionais percebem que as informações continuam as mesmas, só a forma de chegar até elas é que está promovendo tantas mudanças. Além de conectar os usuários, redes como o Facebook incentivam a troca de informações de forma mais rápida: “Logo que entram na rede, as pessoas começam a se conectar e a tomar conhecimento do que seus amigos estão fazendo”.
Alexandre apresentou o conceito de “Social by Design”, que valoriza o compartilhamento de dados entre consumidores e coloca o dia a dia dos usuários e suas necessidades no topo das prioridades o marketing digital. “O e-commerce está se organizando ao redor das pessoas”, afirmou. Essa tendência faz surgir ferramentas que facilitam nossa vida social, como a que, não apenas avisa sobre os aniversário de seus amigos, mas indica os melhores presentes de acordo com os interesses dele. O VP explicou como é possível criar um “loop viral” de consumo, no qual os clientes compartilham suas compras e influenciam seus amigos. Foi com essa estratégia que a rede Levi’s aumentou o tráfego da sua página de promoções em 50%.
“O e-commerce está se organizando ao redor das pessoas” – Alexandre Hohagen
Frederico Trajano, diretor de vendas e marketing do Magazine Luiza, deu exemplos de como o compartilhamento de informação entre diversos canais beneficia o comércio. “A gente sempre fala que o boca a boca é a melhor propaganda de qualquer varejista. Na internet, o boca a boca é potencializado pelos multi canais”, disse. Para ele, o compartilhamento entre amigos funciona muito melhor do que qualquer campanha publicitária: “Nenhum canal vai dar uma recomendação melhor para seu amigos do que você, que conhece as necessidades dele”.
Expert sourcing: como usar a sabedoria da multidão
Para falar de grupos é preciso compreender o indivíduo. Por isso Simone Mazer, VP para França e America Latina da iStockphoto, começou sua apresentação sobre crowdsourcing falando sobre o que o comportamento particular dos usuários diz muito sobre como planejar estratégias de negócios para uma comunidade inteira. “Cada indivíduo pensa que você está falando só com ele, que é ele que vai resolver alguma coisa”, explicou. E é aí que entra a ferramenta mais importante de uma empresa: comunicação. “Você tem que deixar as pessoas darem sua opinião, mesmo que seja para falar mal. Até porque isso vai ajudar no aperfeiçoamento do seu produto”, frisou Simone.
Andy Jedynak, CEO da Poptent.net, disse que o corwdsourcing é mais do que uma tendência, é “o exemplo perfeito de como vivemos em um tempo de cultura” e de trocas de informações. E isso é ainda mais verdadeiro quando falamos da Geração Y, que já nasceu produzindo e compartilhando todo tipo de dado. O que as empresas fazem agora é tentar acompanhar essa revolução e adaptar seus processos (não apenas os de marketing) para aproveitar todas as vantagens dessa nova era.
“Cada indivíduo pensa que você está falando só com ele, que é ele que vai resolver alguma coisa” – Simone Mazer