Recentemente, falei aqui no blog sobre a relação entre tendências e inovação e como esses dois conceitos podem significar coisas completamente diferentes. Entre os pontos abordados, acredito que deixei de falar sobre uma questão importante nessa discussão: a acessibilidade. Afinal de contas, ideias realmente inovadoras causam um grande impacto na vida das pessoas, certo? E quando falamos de pessoas, isso deve (ou deveria) estar inserido em um contexto mais abrangente, de sociedade.
Na área de tecnologia, em particular, isso faz mais sentido ainda. De que adianta criar novos gadgets e plataformas incríveis se o acesso é restrito a uma parcela ínfima da população? Um exemplo prático: no início do ano, uma pesquisa da GfK revelou que 57% dos brasileiros têm grande interesse em comprar um tablet, como o iPad. Mas o que impede que milhões de aparelhos sejam vendidos a cada mês, em vez dos 450 mil que saíram das lojas no primeiro semestre? A resposta é simples: preços altos e falta de acessibilidade.
Pensando nisso, me deparo com esse post escrito pela Zoe Fox, editora-assistente do Mashable, que levantou algumas ideias inovações de tecnologia que realmente podem causar um grande impacto em países em desenvolvimento. Dá uma olhada:
Aakash
Logo após o lançamento do Kindle Fire, da Amazon, o governo indiano anunciou o lançamento do Aakash, um tablet de apenas US$ 60 (US$ 35 para estudantes, com subsídio do governo). A ideia de inclusão digital será reforçada com a distribuição de 100 mil aparelhos para escolas e universidades.
One Laptop Per Child
O OLPC é um projeto que tem como objetivo produzir em larga escala o XO, laptops funcionais de US$ 200 (a ideia inicial era desenvolver uma máquina de US$ 100), distribuídos gratuitamente para a rede pública de ensino de países da África e da América Latina. Aqui no Brasil, a Unicamp é parceira da iniciativa.
Vodafone 150
Um aparelho celular que custa menos de US$ 15 e oferece as funções de chamadas, SMS e pagamentos mobile. Foi lançado em 2010 na Índia, na Turquia e em alguns países da África, causando um grande impacto na vida de pessoas que nunca haviam segurado um celular na vida.
SunSaluter
Vencedora do torneio Startups For Good, a empresa desenvolveu um projeto de fornecimento de energia solar de baixo custo para comunidades remotas. Desenvolvido por Eden Full, uma jovem estudante de engenharia da Universidade Princeton, o sistema custa apenas US$ 10 para ser implantado.