O Grupo Boticário cuida de cada elo da cadeia em prol da sustentabilidade
Pensar na sustentabilidade em todas as etapas da cadeia produtiva. Especialistas acreditam que é assim que deve trabalhar uma empresa que quer se tornar mais sustentável. “Ser socialmente responsável significa pensar no impacto de todas as pessoas envolvidas na atividade da empresa”, afirma Paulo Itacarambi, vice-presidente executivo do Instituto Ethos, organização que dá consultoria para negócios sobre o tema. “E fazer com que todos, fora e dentro da empresa, se beneficiem com os resultados.” O instituto foi uma das organizações que participaram do 3º Simpósio de Responsabilidade Social, realizado na semana passada pela Associação Franquia Sustentável (Afras) e a Associação Brasileira de Franchising.
Para Itacarambi, a sociedade tem consciência dos limites dos recursos naturais e da necessidade de redução dos impactos ecológicos e, por isso, essa mudança de comportamento significa uma oportunidade para os negócios mudarem e conquistarem seus consumidores. “Para isso acontecer, é preciso trabalhar com uma cadeia de valores que envolva fornecedores e clientes, incentivo à inovação e aprimoramento das práticas empresariais”, diz.
O Grupo Boticário é um exemplo de como cuidar de cada elo da cadeia para torná-la mais sustentável. Primeiro, o grupo descobriu em pesquisa com a consultoria Gouvêa de Souza que 44% dos seus clientes adotam práticas sustentáveis e 53% dos brasileiros compram produtos de empresas sustentáveis, comprovando a necessidade de construir uma empresa que compartilha dessa filosofia.
Depois, o grupo passou para a gestão dos riscos sociais e ambientais nos processos de pesquisa e desenvolvimento de produtos, além do entendimento sobre todas as suas 1.200 matérias-primas. Em outros elos da cadeia, como fornecedores e unidades franqueadas, reconheceu também boas práticas. “Na avaliação das franquias, 6% das notas são atreladas a questões de sustentabilidade”, afirma Rebeca Daminelli, diretora de sustentabilidade e responsabilidade social do grupo. Para terminar, a empresa investe 1% do seu faturamento em ações culturais e de conservação da natureza.
Arquiteta e especialista em construções verdes, Alexandra Lichtenberg lembra que as empresas devem pensar no retorno de suas práticas sustentáveis, incluindo o financeiro. “Em geral as pessoas só pensam no investimento inicial e imediato e muitas vezes desistem de uma boa prática quando esse valor é muito alto”, diz. “Você deve pensar no retorno a longo prazo, já que algumas de suas iniciativas vão se pagar com o tempo. Se esse não for o caso, a empresa deve pensar em outra solução.”