O número de mulheres que se lançam à aventura de empreender tem aumentado nos últimos anos.
No Brasil, elas já se equiparam aos homens: estão à frente de 49,3% dos novos negócios – em 2002, esse índice era de 42%, segundo relatórios do GEM (Global Entrepreneurship Monitor).
No comando de suas empresas, muitas delas passam por dificuldades típicas do gênero feminino, alerta a norte-americana Jane Wesman, dona de uma consultoria e presidente da regional da Associação Nacional de Empresárias em Nova York (EUA).
Em um artigo publicado na Fox Small Business Center, Wesman mostra quais são os sete erros mais comuns a empreendedoras e como evitá-los.
Começo sem plano
Em sua experiência com empreendedoras, Wesman percebeu que é comum elas não terem feito planos, pois começaram um negócio acidentalmente. “Elas escolhem algo que gostam de fazer, mas não pensam na estratégia”, afirma.
Seu conselho é escrever um plano com uma descrição clara do produto ou serviço que será oferecido, seu público-alvo, como a empresa será administrada no dia a dia e os custos do primeiro ano, além de mencionar as responsabilidades de sócios e empregados.
Falta de articulação
Se a dona da empresa não entende seu negócio, imagine o cliente. “Em encontros de negócios, pergunto o que elas fazem e não fica claro do que se trata”, diz Wesman. “É preciso elaborar uma descrição clara do que a empresa faz, para ter algo a dizer.”
Controle excessivo
Muitas empreendedoras tentar controlar todos os aspectos da empresa sozinhas – uma receita para o fracasso. Para administrar com sucesso, é importante se cercar de uma equipe com pessoas que tenham diferentes pontos fortes e expertises.
“As mulheres acham que podem dar conta de tudo sozinhas e não pensam em montar um time ou arranjar recursos, como fazem os homens. Eles percebem a importância disso, mas elas estão acostumadas a ser multitarefas”, compara.
Levar para o lado pessoal
Empresárias querem tecer boas relações com clientes e consumidores – e muitas vezes saem decepcionadas. “Quando uma venda não dá certo, elas levam para o lado pessoal em vez de avaliar o que se pode aprender da experiência”, diz Wesman.
Segundo a consultora, essa atitude reflete o modo como a mulher se posiciona socialmente: não se sente à vontade competindo e quer que todos gostem dela. “Ela se ressente porque acha que vender depende do quanto as pessoas gostam dela”, completa. Para superar esse “trauma”, é preciso perder o medo de ser competitiva.
Má avaliação de preços
Dinheiro é um assunto delicado para mulheres, e muitas têm dificuldades para discutir preços, o que geralmente as leva a subavaliar seus produtos ou serviços.
“As mulheres costumam subavaliar sua importância no mercado de trabalho, e o mesmo acontece quando são empreendedoras”, diz Wesman.
Repulsa ao caixa
Administrar o fluxo de caixa, cobrar dívidas e controlar pagamentos é um ponto crítico para qualquer empresário, mas as mulheres tendem a ser menos assertivas na hora de fazer cobranças, segundo Wesman.
“Essas tarefas parecem pouco femininas, assim como discutir sobre dinheiro ou cobrá-lo”, afirma. É preciso encarar os devedores.
Intimidade demais com funcionários
Muitas pequenas empresas adotam a mentalidade de família, mas as mulheres vão além. Elas se aproximam demasiadamente dos funcionários e os tratam como se fossem amigos ou parentes.
“É preciso ter boas relações na empresa, mas não se envolver em demasia”, afirma a consultora.
Quando se chega a esse nível de intimidade, fica mais difícil tomar a melhor decisão para os interesses da empresa.