Uma das primeiras coisas que uma subcultura desenvolve é um dialeto próprio. Skatistas tinham suas gírias características, assim como os surfistas — ou pelo menos era o que a revista Veja tentava nos convencer sempre que faziam matérias sobre essa turma. Eles costumavam colocar um infográfico no cantinho da página, com as “traduções” dos termos mais comumente usados.
Até hoje lembro de uma dessas reportagens; segundo a qual o termo “morte horrível” significava pros surfistas tombar da prancha e ter o corpo rudemente jogado contra a própria pela força das ondas.
Tais termos surgem naturalmente para descrever situações do microcosmo da “tribo” que os verbetes da língua-mãe não compreendem. E, como os memes linguísticos que são, tais termos se modificam e se espalham até atingir massa crítica e se tornarem lugar comum entre toda a comunidade.
E nós, gamers, temos diversos termos proprietários. Como, por exemplo…
“Defusar”
Como muitos termos da esfera gamer, este aqui surgiu da aportuguesação de uma expressão gringa. “Defusar” vem dos primórdios das lanhouses, na época áurea do icônico CounterStrike.
Quando jogando no time dos CTs — na falta de um termo lusófono apropriado para o time de policiais de elite, vai a sigla gringa mesmo —, algumas fases exigiam do time a desativação de um explosivo. DE_DUST vem à mente imediatamente.