Prestes a inaugurar um novo datacenter em pleno solo europeu, o Facebook está novamente sob a mira das autoridades locais. Mais uma vez os comissários da União Europeia estão se mostrando apreensivos quanto a capacidade da rede social em coletar e armazenar dados dos usuários que moram no continente, o que violaria uma série de regulamentações locais de privacidade online e offline.
Esta semana oficiais de segurança digital irão participar de uma reunião convocada por Viviane Reding, comissária de direitos humanos da União Europeia, que acusa o Facebook de “estar vendendo seus usuários para anunciantes” em um relatório descoberto pelo jornal britânico The Telegraph. De acordo com a publicação, a meta do grupo é “conter” os métodos da rede social.
“Os consumidores do continente europeu devem ver seus dados fortemente protegidos independentemente do país em que vivam e do país em que as empresas que detém suas informações pessoais estão estabelecidas”, completa Viviane.
Apesar de ser uma empresa fundada nos EUA, o Facebook tem escritórios em Dublin (Irlanda) e nas próximas semanas deverá inaugurar um datacenter na cidade sueca de Luleaa, a 100 km do pólo norte.
Para ajudar, um estudante de direito austríaco chamado Max Schrems se tornou destaque nos últimos dias por ter protocolado o processo Europa versus Facebook. Depois de muito pesquisar, o rapaz de 24 anos conseguiu fazer com que todos os dados relativos à movimentação de sua conta na rede social fossem lhe enviados em um CD. O resultado foi um arquivo de exatas 1.222 páginas que mostrava de maneira detalhada toda sua movimentação nos três anos em que foi membro do site – incluindo mensagens que supostamente haviam sido excluídas “há mais de um ano”.
De acordo com o rapaz, o Facebook não exclui de verdade mensagens e fotos e sua base de dados, mas apenas os para de exibir quando o usuário escolhe por deletar os dados. “Nenhuma outra organização do mundo jamais seria capaz de coletar mais de 1.200 páginas de dados sobre uma pessoa comum num espaço tão curto de tempo”, afirmou o jovem a uma rede de TV local.
Confira a matéria com Max Schrems, legendada em português.
Com informações: Telegraph, Comms Express, The Age
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