Todo mundo odeia spam. Todo mundo odeia o HIV. Por isso, o fato de a Microsoft estar compartilhando seu conhecimento de design de filtros de spam para ajudar cientistas a combater o vírus da Aids é bom em todos os sentidos.
A Microsoft Research se juntou com o Ragon Institute — uma colaboração entre o MIT, Harvard e o Hospital Geral de Massachusetts criado para encontrar uma vacina para a Aids que funcione de verdade.
Mas o que o spam tem a ver com isso? Acontece que o HIV se muta com o tempo de forma análoga ao modo em que os spammers de e-mail mudam suas táticas para vencer os filtros. O vírus HIV está sempre procurando uma forma diferente de vencer o sistema imunológico humano, o mesmo problema que os bloqueadores de spam enfrentam.
Assim, a Microsoft decidiu se juntar ao Ragon Institute para recriar suas ferramentas usadas para filtrar spam no Hotmail e no Outlook para prever prováveis mutações do HIV. Eles já criaram uma aplicação chamada PhyloD, que disseca o gigantesco acervo de dados do Ragon Institute.
Na verdade, com o PhyloD, a Microsoft foi capaz de processar um ano de dados em um fim de semana, como explica David Heckerman, da Microsoft:
“[Bruce Walker, diretor do Ragon] tinha esse ótimo amontoado de dados, mas não sabia como analisá-lo. Calhou de termos o algoritmo certo para isso e nossa série de computadores na Microsoft que podiam fazer essa computação massiva. Ele nos deu o problema na sexta. No domingo, nós terminamos a análise para ele.”
O resultado? A descoberta de seis vezes mais pontos de ataques possíveis do vírus HIV do que havia sido identificado até então. [Microsoft Research via Threat Post]