Eis um cenário: você está atolado em tarefas no trabalho. Olha para a montanha de papéis na sua mesa e um deles indica que você precisa ir ao terceiro andar, falar com um outro membro da equipe e trazer um documento de volta. Como você está apenas dois andares acima e entrou na academia de ginástica na semana passada, decide descer dois lances de escada em vez de pegar o elevador. Você dá um último gole no seu copo de café, fecha a gaveta e sai da sala com seu celular na mão.
No caminho, um colega para e lhe cumprimenta, trocando 2 minutos de conversa com você. Alguns minutos depois, você está de frente para o seu outro colega no terceiro andar e, por um segundo, fica em dúvida se era sobre a tarefa 1 ou não a tarefa 11 do projeto que você foi tratar e qual documento você deve levar de volta. Então, você diz que já volta e parte para a sua sala novamente para ter certeza.
Segundo a psicologia moderna, o que ocorreu foi o seguinte: a informação correta não foi relevantemente bem registrada, você não prestou atenção ou tomou notas sobre o que exatamente devia fazer, não atribuiu o real valor da tarefa à sua atenção, que há fadiga, stress, muito café ou simplesmente passou tempo demais e muitas coisas pela sua cabeça, causando a incerteza quando você já estava longe de poder confirmar tudo.
Um estudo publicado pela Universidade de Notre Dame evidencia um cenário completamente diferente para esses pequenos lapsos de memória e eles tem a ver com a quantidade de portas que você cruzou do ponto A ao ponto B. Isso mesmo: as portas. Gabriel Radvansky, Sabine Krawietz e Andrea Tamplin não poderiam ser mais concisos e diretos já com o título do paper: “Cruzar portas provoca o esquecimento“.