Brasília – Após dois anos de trabalho, a Cooperativa de Café Especiais e Certificados do Norte Pioneiro do Paraná (Cocenpp) conquistou permissão para comercializar sua produção de café especial com o selo Fair Trade, que significa comércio justo. A modalidade agrega valor ao produto e ajuda a estabelecer preços justos e padrões sociais e ambientais equilibrados. O grupo tem agora como meta adquirir o selo de Indicação Geográfica.
O certificado foi expedido pela empresa certificadora alemã Flo-Cert Fair Trrade, depois da análise dos aspectos produtivos, ambientais e sociais e inspeção nas propriedades. O documento vale até 2012, mas anualmente há nova inspeção para autorizar a continuidade da certificação.
O fair trade abre oportunidades de negócios, principalmente no mercado externo. Duas semanas após a conquista, a cooperativa fechou negócio com os Estados Unidos. No início de 2012, os 42 produtores da cooperativa, que adquiriram o reconhecimento, irão exportar dois contêineres (640 sacas) de café verde para os EUA. O valor normal de mercado da saca é R$ 440. Com o fair trade, sobe para R$ 590.
A certificação foi resultado do emprenho dos produtores da Cocenpp, somado ao apoio técnico do Sebrae. Há dois anos, a instituição encabeçou o processo por meio do projeto Café Especiais do Norte Pioneiro do Paraná. “A grande preocupação foi investir na qualidade e na segurança alimentar. Para isso, foram trabalhados aspectos como gestão, inovação e comercialização”, explica o responsável pelo projeto no Sebrae no Paraná, Odemir Capello. A iniciativa atende diretamente 300 cafeicultores e beneficia toda a região, que conta com 7,5 mil produtores de café.
A valorização do preço da saca se deve à própria característica do café que leva o selo de comércio justo e ao prêmio social que o comprador paga para o fornecedor. “Esse prêmio é pago por se tratar de produção sustentável. O valor não é individual, por produtor, e sim, da cooperativa. Deve ser revertido para o bem coletivo, como na compra de máquinas e assistência técnica”, observa Odemir.
Para o produtor e vice-presidente da Cocenpp, Ronaldo Casado Figueiredo, a conquista da certificação representa a valorização do grupo e da comercialização do café. “O fair trade é reconhecido em todo o mundo. Ele promove a organização da comunidade. Antes, o trabalho dos produtores de café era pulverizado. Cada cafeicultor comercializava individualmente. Muitas vezes, o preço ficava abaixo do gasto com a produção. Agora, recebemos o valor justo”, ressalta Ronaldo.
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