Um negócio não pode crescer a menos que seja propriamente definido – e este é o primeiro passo para criar uma marca que dure.
Começar um negócios é trabalho duro, muito duro. Todo dia, os fundadores tem que administrar tarefas mundanas: se apresentar para clientes ou investidores, certificar-se de que há toner na impressora, falar “delicadamente” com clientes e administrar funcionários – enquanto se têm ataques de pânico causados pelo seu fluxo de caixa.
Com todos esses compromissos diários detonando seu tempo livre, sobra pouco tempo para coisas importantes, a razão pela qual você começou seu negócio: fazer as coisas do seu jeito, perseguir sua visão única e construir uma organização ao redor dela. Entretanto, se a companhia é feita para crescer saudavelmente, ela precisa de uma identidade definida. Isso é mais fácil de se falar do que de se fazer. O processo de branding não é complexo por si próprio mas traz discussões difíceis e complexas sobre quem você é e o que você quer atingir e como expressar isso através de linguagem, interações e design. Primeiro, você precisa entender quem você é.
Defina quem você é
A maioria dos empreendedores tem uma idéia clara em sua cabeça do que eles almejam. Entretando, quando perguntados sobre o que a empresa deles faz, a maioria dos empreendedores irá responder com uma confusa gama de abstrações, soluções conceituais e usualmente algum jargão tecnológico em uma quantidade suficiente para conversar sobre isso por mais tempo do que uma viagem do começo ao fim no elevador do prédio mais alto de Dubai. Isso não é bom. A linguagem precisa ser redefinida ou você nem começará.
A forma mais direta mas desafiante de fazer isso é tentar criar uma sentença bem simples e descritiva. Evite grandiosas e pretensiosas proclamações como “Nós estamos mudando o mundo ao introduzir um novo paradigma nos contatos sociais”, ou algum nonsense. Não se preocupe em não soar “avançado” suficientemente; simplicidade é sempre rei. Destilar tudo para uma sentença é incrivelmente duro e toma horas e horas de escolha de palavras e discussões filosóficas na sala de reunião. Claro, que uma sentença não vai contar toda a história mas esse não é o ponto. O ponto é treinar e disciplinar a si próprio a atingir clareza e brevidade enquanto comunica sua marca. Você deve chegar a uma sentença que resuma o que você faz e o que provoca as pessoas a se perguntar o porquê e o como.
A chave para comunicação de sucesso de sua marca é uma tríade de brevidade, clareza e consistência. Evite as missões/visões como aprendidas a todo custo. Elas são inúteis.
Diferencie
Sim, nós já ouvimos isso milhões de vezes e parece óbvio. Ainda, muitas novas empresas conseguem cair na armadilha de falar pra todo mundo o quão fantástico são, que grande time eles formaram e quão superior e incrível sua tecnologia é. Eles estão presos em sua própria bolha de ego. Ao invés disso, as pessoas querem ouvir porquê sua “coisa” é melhor que as outras “coisas”.
Evite a síndrome do helicóptero da mamãe
Sua empresa é seu bebê. Mas não há necessidade de enfiar o seu dedo em todo lugar. Construir uma organização significa delegar tarefas para outras pessoas em sua organização. Eles são contratados por causa de sua expertise, então deixe-os ir em frente e fazer seu trabalho. Micromanagement retarda o processo e diminui a qualidade do trabalho. Ao invés disso, foque na organização como um todo: Como os projetos são feitos? Controle de qualidade? Processos para contratação? Compartilhamento de conhecimento? Cultura da empresa?
Você pode se perguntar o que isso está relacionado com construção de marca. De fato, isso tem tudo a ver com a construção de sua marca. No começo, as pessoas em sua organização são as únicas coisas que sua marca tem para sustentar sua marca e a promessa de futuras expectativas. Não há história, ou produto estabelecido ou serviço neste estágio, então você precisa ter certeza dobrada que você tem isso corretamente em cada ponto de contato. E deixe as pessoas fazer seu trabalho.
Faça sua identidade visual
Uma vez que você definiu as facetas existênciais de sua identidade de marca, você pode começar escolhendo a sua identidade visual: logo, website, fontes, cores, cartão de visita e papelaria. A grande coisa sobre design é que se ele for aplicado corretamente você pode fazer o seu negócio emitir instantaneamente valores que você deseja comunicar – confiança, inovação, luxo, qualquer coisa que sua identidade de marca ditar. Entretando, não tente desenhar sua própria marca. Quase nunca funciona. Contrate um profissional que entenda o que está fazendo. Vai valer a pena.
Ansiedade existencial é normal
Construir uma nova empresa usualmente gasta uma quantidade insalubre de horas trancafiado com seus sócios desenhando estratégias, brainstorms e planejamento. Essa é uma fase necessária para se ter certeza que que você está com todos os detalhes prontos. Entretando, um efeito colateral peculiar nesse trabalho intenso é que algumas vezes você perde todo o julgamento do que está almejando. Está bom ou ruim? Isso faz algum sentido? Eu sou a única pessoa no mundo que pode ver algum valor no que eu estou fazendo? Eu estou louco? Sem clientes pra te dar feedback você não tem uma maneira de confirmar se o que você está fazendo é pelo menos válido.
Não fique alarmado, essa ansiedade existêncial é normal. Você precisa de um tempo. Fale com alguém de fora do seu mundo que possa confirmar que você ainda não está louco. Teste suas sentenças descritivas em algumas pessoas ao acaso, mostre-as seu logo e veja como elas reagem. Isso vai te trazer um senso de perspectiva.
Construir uma nova marca não é fácil mas precisa ser feito. Então, por fim, JUST DO IT!
Matéria da FastCompany escrita por Michael Raisanen