Charles Caleb Colton era um escritor inglês de que você provavelmente nunca ouviu falar antes de ler esta coluna. O sujeito não virou um nome famoso como seus conterrâneos Shakespeare ou J. R. R. Tolkien (aliás, o coitado é tão underground que até mesmo a página da wiki sobre sandálias Havaianas é maior e melhor do que o artigo do autor), mas ele deixou um pequeno legado: a expressão “a imitação é a forma mais sincera de elogio”.
Nesta semana, um pequeno dramalhão mexicano que sacudiu a indústria gamer me fez lembrar bastante desse ditado.
No centro do palco, as empresas Nimblebit (um estúdio independente composto de apenas 3 funcionários, dois dos quais são irmãos) e a gigante Zynga, uma desenvolvedora que se especializa em joguinhos sociais do tipo que inunda o seu Facebook.
Em junho do ano passado, a então relativamente desconhecida Nimblebit lançou o Tiny Tower (que inclusive foi resenhado na época aqui no TB). O jogo, que na realidade é mais um Tamagotchi do novo milênio que um game propriamente dito (cuide de X ou Y em vez de derrotar inimigos ou concluir uma história), catapultou a pequena Nimblebit para o panteão de histórias de sucesso da AppStore.
O cacife da empresa dos irmãos Marsh (tenho contato com ambos graças ao fórum gringo Something Awful) foi tamanho que os permitiu, por exemplo, doar 35 iPads para caridade. A Nimblebit não revela quanto lucrou com o dinheirinho virtual que vende em Tiny Tower, mas imagino que deve ser uma cifra com bastantes zeros.
Avance para 17 de janeiro deste ano. A Zynga libera em beta (que significa “lançam na loja canadense”) o Dream Heights, um jogo “similar” de simulação de prédio. E quando digo “similar”, o que quero dizer é que copia quase inteiramente todo o estilo visual e as mecânicas de gameplay.
Os irmãos Marsh, tomados por um sentimento de indignação cuja magnitude só posso imaginar, levaram a briga ao twitter com o seguinte infográfico: