Direto do SXSW em Austin, Texas (EUA) – Um dos paineis realizado no sábado (10) na área Screenburn no SXSW foi um debate entre cinco jornalistas de games norte-americanos sobre as tendências e o que deve mudar nos games nos próximos anos. Esqueça o papo sobre gráficos ultra-realistas ou ficar sentado na frente de uma TV com o controle na mão, as ideias foram muito mais além.
Estavam na mesa Jamin Warren, fundador da Kill Screen Magazine, Matt Buchanan, Editor da BuzzFeed, Morgan Webb da G4 Media / NBCUniversal, N’Gai Croal, Fundador da Hit Detection LLC e Ross Miller Editor da The Verge.
Durante o debate, Buchanan comentou que a inovação hoje no mundo dos games não da um salto por conta de que a maioria dos problemas ou ideias são desenvolvidas com componentes que já existem, ou melhorando o que existe. Ninguém inventa uma maneira nova de se ter um hardware de gráficos ou cria uma outra forma de se jogar. No momento que forem longe disso é provável que tenhamos um salto. Mesmo assim, nada vai mudar da noite pro dia, e sim evoluir a caminho de um contexto em que tenhamos maior interação entre os componentes.
Outro ponto que foi levantado foi em relação aos controles. Buchanan comentou que hoje os controles de movimento, como o Kinect ou Move, tem os elementos pra criar uma interação parecida com todas as outras interações que temos no mundo real. Todos conseguem utilizar movimento, toque e voz, mas ainda falta inovação de como abordar isso nos jogos. A geolocalização é outra coisa que poderia ser mais utilizada no mundo dos games, alterando o jogo de acordo com a localidade do jogador
Uma experiência conexa pode ser algo muito mais agradável, jogue você do celular no metrô ou sentado em casa no sofá. Além disso, a nuvem vai ter um papel importante em permitir que o jogo continue, aonde você estiver, bastando ter uma conexão de internet. Segundo Buchanan, os consoles podem até sumir, mas não por completo. “Ainda vão estar por ai, mas é um mercado que vai se tornar cada vez mais de um nicho específico”, comentou ao falar sobre o sucesso do Wii e do Kinect entre milhões de jogadores que antes não paravam pra jogar. Será cada vez mais comum vermos jogadores do tipo “casuais”, comentou ao colocar em contra partida o termo “hardcore, usado para definir o gamer que investe dinheiro e tempo em jogos.
Um conceito comentado por Croal é em relação a obtenção de dados de jogo. Hoje temos jogos com acelerômetro, sensor de toque e outras tecnologias que não existiam em um antigo Super Nintendo por conta do barateamento dessas tecnologias. A tendência é termos sensores cada vez mais sensíveis e baratos, mas como isso pode influenciar o jogo do futuro?
Um sensor que consiga dados biométricos por exemplo, pode criar um jogo de terror muito mais assustador e desafiador ao entender seu nível de stress, atenção, adrenalina e batimento cardíacos. Ou ainda, entendendo dados obtidos pelo seu Facebook, Foursquare etc., o jogo pode exibir publicidade in-game e não intrusiva, que seja relevante para o jogador. Imagine atirar em zumbis e ter ao fundo um outdoor de algo que realmente te interesse ao invés de algo completamente aleatório?
O final do debate ficou nas mãos de Warren ao falar sobre games e educação. Hoje existe uma imagem de que games educativos são piores e chatos, mas isso pode mudar se a cultura mudar. Hoje o sistema educacional poderia usar games para ensinar. Uma experiência pode ser desenhada. E por que não utilizar os dados coletados para aprimorar o sistema? Não basta o usuário aprender, o game também poderia aprender com as falhas e sucessos do jogador.
SXSW: O futuro dos games de acordo com jornalistas