Brasília – Oitenta mil reais de rescisão trabalhista e a vontade de ter um negócio próprio com a marca da sustentabilidade levaram Douglas Ribeiro Coutinho, 56 anos, a abrir a Oficina do Granito, em Cabedelo (PB), em 1999. Especializada na produção de peças de mármore, granitos e superfícies de quartzo para obras residenciais e comerciais, a empresa tem se destacado no cenário da construção civil pelo olhar atento à preservação do meio ambiente.
Há cinco anos, após participar de cursos do programa Produção Mais Limpa, do Sebrae, Douglas começou a fazer mudanças na empresa. “A instituição teve papel fundamental no crescimento da Oficina do Granito. Aprendi com os consultores a deixar minha empresa sustentável”, ressalta.
Douglas lembra que o alto consumo de energia pesava no orçamento da empresa. “A conta de luz era a grande vilã do meu negócio”, diz. Depois da substituição das máquinas antigas por outras, com tecnologia de ponta, o consumo de energia foi reduzido em 40%. Hoje, a Oficina do Granito usa um equipamento pneumático, movido a ar comprimido. O motor da máquina é constituído por palhetas que movimentam as engrenagens e fazem a ferramenta funcionar, como uma pequena turbina, sem energia elétrica. “Empresa que não tiver um olhar voltado para a sustentabilidade não sobrevive mais no mercado”, acredita.
Douglas também teve a ideia de transformar o resíduo sólido, obtido durante o corte das peças, em brita. O material é vendido para empresas de construção civil do estado. Ele ainda usa as sobras das peças cortadas para criar formatos diferentes utilizados na construção de calçadas em residências. Outra ação importante é a reutilização da água usada nas lavagens das peças antes do corte. Essa água é decantada num tanque e volta a ser utilizada para molhar as peças e evitar que a poeira do corte seja levada para o meio ambiente.
Hoje, a Oficina do Granito tem muito o que comemorar. Com 26 funcionários, a produção mensal de 1,2 mil metros quadrados rende R$ 190 mil de faturamento. À época da inauguração, produzia 150 metros quadrados e gerava R$ 12,5 mil. “Estou tendo lucro mas sei que estou contribuindo para um planeta mais limpo e melhor”, conclui.
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