Você já se questionou sobre o que é o pensar? É fácil entendermos a lógica de que nossas ações provém de nossos pensamentos, mas de onde eles vêem? E nossos sentimentos? O que são eles? Por quê tanta dor e sofrimento quando tudo não passa de um teste? Numa percepção estritamente minha percebo que:
1. Nosso corpo pensa, fazendo coisas que ele faz sozinho como digitar, dirigir ou ingerir água. Em algum momento eu conscientemente tive que pensar que bater a minha mão contra a grade do berço onde dormia quando era um bebê não era lá uma coisa inteligente e tive que ordenar minha mão para parar de fazer isso. Foi assim que meu corpo foi aprendendo a maioria das coisas adquirindo inteligência para “pensar sozinho”. Além disso, percebo que quando como algo que me faz mal, uma matéria influencia a outra. Tenho mais pesadelos ou simplesmente percebo outros tipos de pensamento fluírem dentro do meu cérebro. Eu não quis pensar ou sonhar aquele tipo de coisa conscientemente, mas esses pensamentos apareceram na minha mente como folhas caídas de uma árvore são empurradas para longe pelo vento.
2. Somos muito mais emoção que razão: Hoje temos a área do neo-córtex no nosso cérebro que serve primordialmente para gerenciar nossas emoções de modo a racionalizá-las melhor, mas o que eu percebo é que ele deve corresponder a cerca de 10% de todo o trabalho que o meu cérebro executa. Ou menos. Podemos racionalizar que é importante realizarmos tal tarefa, mas se não estivermos motivados para executá-la de nada adianta termos “razão”. Uma coisa pode ser lógica e pode ser inteligente, mas se não tiver emoção não nos leva a nenhuma ação. Agimos por impulso, mesmo aqueles mais calmos, e precisamos de sentimentos para vivermos bem e “felizes” (termo nada palpável).
3. Adoramos nos sentir vivos e por isso gostamos de sentir dor. Somos como que pequenas maquininhas andando dentro de uma imensa massa de mão que ainda não foi acabada. Rodamos pra lá e pra cá em busca dos nossos limites. Quando os encontramos acabamos grudados ali na massa sofrendo sem poder se mover até nos libertarmos e irmos de encontro a outra parede de massa. Ficar no meio da massa é muito chato, pois precisamos nos chocar uma vez que somos pura emoção e nosso corpo já pensa por si só através dos seus próprios hábitos. Nós ficamos no centro de toda essa confusão de hábitos bons e maus e emoções tentando terminar a vida com um pouco de dignidade entendendo aquilo que aconteceu durante os 80 anos que passamos vivos (sentindo dor).
LIFE TESTING
Desde o início dos tempos a vida é um laboratório de testes. Agora que começamos a pensar e a construir nossas próprias coisas é que achamos que a vida parou de ser um teste e é um jogo sério. Muito sério. Há bilhões de anos algo aconteceu no nosso planeta que nos trouxe à vida. Imagino que assim que começamos a pensar, éramos como crianças recém-nascidas onde prestávamos atenção em tudo ao nosso redor para aprendermos a lidar com aquilo tudo e sobreviver. Hoje temos conforto, comida e abrigo garantidos e nos preocupamos em ser felizes em um pensamento egoísta de que nós somos donos da nossa vida, esquecendo que nada mais somos do que micro-organismos que evoluíram e construíram células capazes de pensar e sentir.
Que tal vivermos no modo teste, sem lançar versão final da nossa vida e compreendendo que nada mais estamos do que sempre indo e nunca parados e estabelecidos? Que tal cultivarmos menos expectativas, frustração para sentir, consequentemente, menos dor. Que tal nos tornarmos estúpidos-sábios não-pensantes? Frígidos-amantes sem apego? E cegos-videntes completamente acordados a todo instante?
Que tal fazermos um teste de viver um só dia de maneira totalmente diferente daquela que vivemos nos dias anteriores? Que tal fazermos um teste? Não é pedir demais fazermos um teste de um só dia quando já vivemos mais de 10 mil dias de outra maneira. E se até aqui não encontramos a felicidade ou sentimos que fizemos a diferença, quem sabe como estúpidos-sábios-frígidos-amantes-cegos-videntes consigamos nos libertar definitivamente.
Viver é teste. Dor é apego. Estupidez é pensar sobre isso tudo e se sentir inteligente.
Vamos voltar a ser um micro-organismo… apenas por teste.