De tempos em tempos um chavão ou expressão da vez aparece no mercado, vira tema de palestra, vira um monte de cases.
O processo de crowdfunding é um deles, e surgiu como uma forma de viabilizar projetos pessoais e shows através das redes sociais. No caso de shows, foi onde ganhou um certo destaque no Brasil, por dar aos fãs o poder de trazerem o show da sua banda favorita, sem precisar necessariamente de amarras comerciais e patrocinios convencionais. Bom, a coisa não é tão simples, até porque trazer um show não é tão simples. Já na outra ponta, o problema está na hora de colocar a mão no bolso e fazer a vaquinha acontecer.
Eu, recentemente, recorri ao processo de crowdfunding para viabilizar uma coisa que queria há muito tempo: trazer o show do Atari Teenage Riot ao Brasil. A banda veio em 98 e tocou para poucos sortudos. Na época no extinto clube KVA, em Pinheiros.
Para quem não conhece, além da mistura de hardcore e música eletrônica, o ATR ficou conhecido pela sua atitude em cima e fora dos palcos numa época pré 11 de setembro, Napster, Facebook e por ai vai. A banda ficou parada por cerca de 10 anos – justo na hora que a revolução digital que eles tanto falavam, acontecia e crescia.
Voltando ao crowdfunding, consegui uma parceria com os caras do Ativa Aí, uma espécie de Queremos de SP. Toparam na hora o desafio e deu certo. Em menos de 48 horas o show estava viabilizado, através de 200 ativadores com alguns beneficios especiais.
Entre eles, e o mais legal, foi o poster oficial do show (aprovado pela banda e feito num processo artesanal pelo Coletivo SHN de Americana, no interior de São Paulo). O video do making of deste conta com a faixa “Black Flags”, que foi tema de uma polêmica recente com a banda.
Em março deste ano o ATR gerou barulho e discussão quando doou royalties que recebeu da Sony para o grupo Anonymous, através da Anonymous Support Network, organização responsável por pagar as despesas legais de membros que estejam sob processo judicial.
A música “Black Flags” foi usada em um filme da campanha do PlayStation Vita, abaixo.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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