A Folha de São Paulo de ontem trouxe a notícia que a Microsoft recentemente passou a permitir que seus empregados utilizem parte do seu tempo no trabalho em projetos próprios. Mas não tão próprios assim. Mais especificamente, a empresa está incentivando seus funcionários a utilizarem parte do seu dia de trabalho desenvolvendo apps que ajudem a Microsoft a tornar a plataforma Windows Phone mais atrativa e competitiva. Os lucros dos Apps criados pelos funcionários ficam assim: 70% para o criador da ideia, 30% para a Microsoft. O interessante é que o artigo destaca o fato de essa iniciativa oferecer uma boa opção para pessoas que têm vontade de lançar ideias novas, mas que não querem abrir mão da segurança do emprego para se tornar um empreendedor por conta própria.
Isso parece uma evolução de uma iniciativa do Google que incentivava os funcionários a destinarem 10% do seu tempo para projetos fora de suas obrigações básicas de funcionários. Deste tempo que nasceu, por exemplo, o Gmail.
Mas com esse incentivo ao empreendedorismo nas horas vagas fiquei pensando se estaria surgindo aí um novo modelo de emprego. Na reportagem, o escritor Daniel H. Pink resume: “Essa é outra maneira de dizer: ‘trabalhe aqui e você poderá ter o melhor de dois mundos’, como funcionário de uma companhia estabelecida e também como empresário”. Estaríamos entrando na era do co-job, onde dois trabalhos convivem não só pacificamente, mas também no mesmo espaço, inclusive contribuindo um com o outro?
É de se pensar. Empresas ganham funcionários mais felizes e realizados, funcionários ganham mais segurança para criarem novas ideias. Parece um bom caminho rumo à inovação.