De que forma você gasta seu tempo online? Você verifica seu e-mail compulsivamente? Muda frequentemente entre várias aplicações da internet – de jogos a downloads de arquivos para salas de chat?
O padrão de uso da internet diz algo sobre você. Foi com esse pressuposto que o Departamento de Ciência de Tecnologia da Universidade de Missouri divulgou uma pesquisa que mostra o quanto a forma como utilizamos a internet reflete quem efetivamente somos.
Em fevereiro do ano passado, foram recrutados 216 voluntários de graduação da universidade. Os pesquisadores pediram aos participantes para preencherem um questionário que media a escala de depressão. A pesquisa revelou que 30% dos participantes preencheram os critérios de sintomas depressivos. Os estudantes que apresentaram sinais de depressão, por exemplo, tendem a usar a internet de forma diferente daqueles que não apresentaram sintomas da doença.
O psicólogo Larry Rosen, professor da Universidade da Califórnia, pesquisa há 30 anos a “psicologia do uso das tecnologias”. Tomando por base os estudos de Rosen, a geração atual sofre de três maus: ansiedade, depressão e voyeurismo. Esses sintomas se refletiram na forma como lançamos mão das tecnologias – checar o email de forma compulsiva e postar inúmeras mensagens até ser notado por seus amigos nas redes sociais, utilizar as plataformas de redes sociais para checar, de modo inflexível, o que os outros andam fazendo.
O estudo realizou, ainda, uma análise estatística dos escores de depressão e os dados de uso da internet. Havia duas conclusões principais. Primeiro, encontrou-se uma tendência: em geral, a maior pontuação de um participante sobre a pesquisa indicou a depressão aliada ao uso compulsivo da internet ,que inclui recursos que indicam altos níveis de compartilhamento de arquivos (como filmes e música).
Segundo, encontraram-se indicadores importantes: estilos de comportamento na internet que eram sinais de pessoas depressivas. Por exemplo, os participantes com sintomas depressivos tendem a se envolver mais com o uso de e-mail. É aquela velha história entre criador e criatura e quem consome quem.
O engraçado de observar esses estudos é que nós é quem na maioria das vezes modificamos nossos hábitos em função da tecnologia. Mais uma vez não é culpa da multiplicidade de acesso, mas do (mau ou bom) uso que a gente faz dela.