O autor Graham Buttom escreve para fastcompany.com sobre como se relacionar com um mundo de constantes estímulos da mídia.
Quanto mais informação, aparentemente, menos sentimos.
Nós corremos para nos mantermos atualizados com as novidades, novidades sobre as novidades, os “feeds”, os tweets, o correio, seu ‘inbox’. Mas ao invés de nos sentirmos mais dominantes, conhecedores, há um medo de que embora corramos o mais rápido que podemos, iremos perder o trem-bala, e seremos deixados na plataforma deserta falando coisas incoerentes.
Informação é o commodity mais abundante na Terra agora. Estamos vivendo um tempo estranho – não apenas para nós cidadãos, mas para os cidadãos corporativos que nos empregam, nos alimentam e trabalham a máquina que gira o mundo. Então aqui vão sete verdades caseiras para ajudar a manter as coisas em perspectiva:
1. As pessoas necessitam de certezas
Aí está você em um website devotado a uma coisa nova novíssima – as chances são grandes de você ser um dos primeiros adotantes (early adopters), um fã de Wikinomics. Mas a maioria das pessoas vive uma vida menos charmosa, onde o risco não é tão atrativo e as mudanças são em geral para pior. Cleveland é a regra, Palo Alto a exceção. Não é que a informação é assustadora, são explosões com informações incluídas. Eu discordo do Movimento das festas do chá, mas eu reconheço o medo por trás disso. O retorno a marcas antigas, até um pouco de fundamentalismo, é realmente tão chocante?
2. “Branded Content” ou “conteúdo criado pela marca” é uma estrada perigosa – dirija responsavelmente.
Fatos nunca estiveram mais disponíveis, mas nós temos um mau hábito de consumi-los como um produto. Nós buscamos por informações que são convenientes – não é o que a Grande Mídia nos ensinou a fazer? Uma pesquisa da Fox News, por exemplo, diz que quase a metade dos americanos acreditam que Barack Obama é muçulmano. E agora temos ‘jardins murados’ – internets dentro da Internet – países com bordas corporativas…ai se foi a vila global.
3. Aposte no Ser-Humanos contra a Tecnologia
Meu voto pelo melhor documentário este ano é para Babies. Ele retrata quatro bebês – na Namíbia, Mongólia, Tóquio e São Francisco – durante seu primeiro ano de vida. Não há comentários falados. É óbvio que ambientes urbanos e informados são mais um vácuo emocional do que ambientes rurais tradicionais. O mais profundo que mordemos a maça – do Jardim do Éden e não da Apple Computer – o mais longe ficamos do estado de graça.
4. Se você não tem nada pra falar, não fale. Não fale, de verdade.
“A doença da informação” – uma super exposição a mídia – foi uma frase introduzida por Ted Mooney em 1981, antes mesmo da ARPAnet ter se tornado a Internet. Desde de lá, os americanos triplicaram o seu consumo de dados. Em 2008, nós engolimos aproximandamente a quantidade de informação encontrada em 2 metros de livros empilhados em toda área do país. Aparentemente incluindo o Alasca. E isso foi antes do Twitter.
5. Privacidade está se tornando mais importante
Nunca esqueça que a internet nunca esquece. Recentemente a Biblioteca do Congress anunciou que estará arquivando todos os posts do Twitter desde 2006. Incluindo aqueles 137 caracteres que você trocaria alguns dedos para apagá-los. Dois argentinos recentemente iniciaram uma campanha para “reinventar o esquecimento na interne”, procurando por formas de fazer dados desaparecerem.
6. A informação deve trabalhar pra você, e não o inverso
O CPA – atenção parcial contínua – é um mecanismo auxiliar. Ele nos ajuda a fazer tarefas múltiplas e possibilita o cérebro processar muito mais. Mas e nossa mente? Em uma entrevista recente, o CEO da Google Eric Schmidt disse isso: “Inovação é algo que vem quando você não está sob a mira de uma arma. Então é importante que mesmo que você não tenha muito equilíbrio na sua vida, você tenha algum tempo para reflexão…o funcionamento das partes criativas de uma mente não podem ser agendadas em um calendário.” Aleluia irmão, eu achei que era só algo só meu.
7. Dê força para seus Intrapreneurs
A internet é tridimensional.
Isso eu digo em duas dimensões. Agora vai a terceira: o autor de tecnologia David Weinberger diz que tudo que é escrito na Internet aponta para outra coisa – são os links, contexto subjetivo, que é “a única coisa que faz a internet usável e importante”. O setor com crescimento rápido na economia são o de pessoas em interações tácitas tomando decisões e negociando autonomamente para suas firmas. Eles são os “intra-empreendedores”, os foguetes dos big business – e se alimentam de informação enriquecida.