Atualmente o que mais se vê na rua são corpos malhados sendo exibidos a cada esquina para outros corpos visando ser o mais bonito. A cada novo flerte e a cada nova “pegada” conquista-se mais uma “vitória” transmitida adiante por meio de conversas de bar. Será que somos alguém somente se nos reconhecem como alguém? Será que minha autoestima depende da estima que os outros têm por mim? Por quê as opiniões dos outros são mais importantes para mim do que minhas próprias opiniões? Onde fica o meu negócio no meio desse mar de egos feridos e dispostos a matar para obter o seu lugar? Então não existe mais missão pessoal ou papel que desempenhemos no mundo? Enfim, vamos abordar estas e mais algumas questões no texto a seguir como forma de protesto a nossa própria incompetência do governo dos nossos próprios cavalos.
ESQUEÇA COMPLETAMENTE OS RESULTADOS EXTERNOS
Os resultados que conquistamos no mundo são definitivamente resultado dos resultados que conquistamos internamente. Logo, querer ser o mais belo ou o mais comunicativo ou o mais competente não tem validade se as nossas métricas estão baseadas no que os outros pensam ou deixam de pensar sobre nós. Isto é verdade principalmente porque não temos como definir as métricas das outras pessoas. Somente podemos definir qual é o nosso padrão de ruim ou bom para nos avaliarmos sempre que paramos para pensar nisso.
Os resultados externos portanto provém da maneira como os nossos pensamentos estão conectados, pois desde cedo, desde muito pequenos, fomos sendo programados a pensar tal coisa ao invés de outra e isto construiu a pessoa (o ego) que somos hoje. Se concordarmos nisso, começamos a compreender que nosso corpo e o sucesso da nossa empresa está totalmente ligado aquela criança que um dia ouviu dos pais que ele não era muito bom ou que não merecia o melhor e tampouco tem a ver com aquilo que realmente somos.
SOMOS UMA ENGANAÇÃO
O tempo inteiro estamos nos enganando a respeito de quem somos. Olhamos para o espelho e vemos pedaços de carne equilibrados em ossos bem arrumados e acreditamos que somos nós ali em frente. Paramos para pensar a respeito do mundo e observamos os nossos pensamentos acreditando serem eles e o nosso cérebro a força motriz de tudo isso. Ledo engano. Se fosse assim, não conseguiríamos ter dois pensamentos vagando na cabeça ao mesmo tempo. Eu me observo e constato que à vezes penso algo que não deveria pensar e um outro pensamento, atrás desse, coordena a minha vontade dizendo para o outro pensamento que eu estou errado. Mais que isso, quando medito sinto meus pensamentos esvaziarem ao mesmo tempo em que eu continuo vivo. E indo mais além, cismo de pensar que sou uma coisa para concretizar minhas certezas anteriores de modo a não sair do meu quadrado, ludibriando-me continuamente. Enfim, quanta enganação!
Mas se somos enganados por nós mesmos, abre-se uma brecha dentro da nossa lógica. Se podemos nos enganar, também podemos nos treinar para obtermos certezas mais bem fundamentadas que estas que forjamos em nosso íntimo até agora. O problema, é claro, é como treinar os pensamentos se basicamente vivemos no nosso dia-a-dia como ratos que correm dentro de pequenos labirintos que os fazem chegar no mesmo lugar de partida totalmente distraídos. Ora, podemos nos treinar da mesma forma que treinamos nossos músculos na academia de musculação. Sempre na mesma hora e no mesmo lugar, fazendo a mesma série de exercícios.
TREINANDO O PENSAMENTO INSISTIDOR
1. RESPIRAÇÃO
Acostume-se a respirar bem e profundamente, pois uma respiração profunda afeta completamente o nosso sistema nervoso e abre a porta para examinarmos o interior dos nossos pensamentos, tendo em vista que somos muito mais emoção do que razão. Diminuindo a interferência das emoções temos um treino com menos impacto e mais resultados.
Determine um horário do dia ou muitos horários do seu dia, para respirar no intervalo X-2X-2X-2X onde X é o número em segundos que inspiramos. Se inspiramos em 2 segundos, seguramos a respiração entre a inspiração e a expiração por 4 segundos, expiramos por 4 segundos e seguramos a respiração entre a expiração e a inspiração por mais 4 segundos. Concentre-se nesse movimento por pelo menos 5 minutos, mesmo que o ideal seja de 15 minutos e passe ao exercício seguinte.
2. LIBERTE SEUS PENSAMENTOS
Continue o exercício de respiração durante esta fase e concentre-se em dizer para si mesmo “Eu, Marcos, liberto meus pensamentos em harmonia”, substituindo “Marcos” pelo seu próprio nome. Este pensamento utilizado em conjunto com a respiração tão somente faz o nosso cérebro dissipar os inúmeros pensamentos que passam pela nossa mente sempre que tentamos nos concentrar. É comum continuarmos pensando no projeto que precisa ser entregue ou na venda que precisa ser concretizada, mas afirmando para nós mesmos a libertação dos nossos pensamentos, podemos passar para a próxima fase para reconstruirmos juntos (nós e o nosso cérebro) nossos pensamentos treinados. Compreenda que a respiração é o alongamento do nosso treino e que a afirmação acima é o nosso treinador motivando nossos músculos a darem mais pelo treino. Compreendendo isto, você liberta seus preconceitos a respeito de meditação ou outras práticas como a passada anteriormente e prossegue no seu treinamento sabendo firmemente o que está acontecendo.
3. TREINANDO A LÓGICA
Tudo é mente. Tudo é lógica. Observando o mundo à nossa volta compreendemos que ele é lógico. Compreendemos que ele possui mecanismos lógicos para se manter vivo. Uma árvore utiliza a luz do sol para impulsionar os nutrientes pelo seu corpo. Uma águia voa bem alto para ter um grande terreno à sua frente para encontrar suas presas que geralmente são bem pequenas. O telefone toca apenas quando alguém está ligando para o número daquele telefone. Tudo é lógico e tudo tem razão de ser, assim como os nossos pensamentos.
Logo, nosso próximo exercício diz respeito ao questionamento da nossa lógica de pensamento para introduzir um novo método de pensar. Após libertar-se dos seus pensamentos em harmonia e continuar realizando os movimentos respiratórios passados anteriormente, é chegada a hora de trazer um só pensamento à sua mente e concentrar-se nele buscando suas razões de existir. Perguntas como “por quê eu penso assim” ou “por quê eu cheguei nesta conclusão” são ótimas para serem realizadas nesta fase do treino. Isto é como estar fazendo um exercício de puxar barras na academia de musculação de forma incorreta e o nosso treinador vir ajustar a posição do nosso corpo. Procurando os porquês dos movimentos automáticos dos nossos pensamentos, conseguimos descobrir que pensar aquilo não era lógico e não tinha qualquer fundamento.
PASSE A DAR NOVOS FRUTOS
Com os seus pensamentos sendo treinados dia após dia, você sairá na rua não com a certeza de que está sendo bem visto pelas outras pessoas por causa do seu corpo, mas com a clareza de que seus pensamentos agora estão melhores que ontem e os seus resultados no mundo material, por conseguinte, são uma plena realização dos seus resultados no mundo mental, onde residem os seus pensamentos. Derrubando barreiras começamos a abrir um novo mundo diante dos nossos olhos enxergando claramente que o impossível não existe. Aliás, impossível é aquilo que as outras pessoas ainda não constataram. Pela lógica, impossível não significa que não dá pra fazer determinada coisa, mas que tal coisa nunca antes foi feita.
Enfim, bons treinos!