Brasília – Neta e filha de tecelãs, quando criança Maria de Fátima Dutra Bastos aprendeu o ofício da tecelagem enquanto brincava no tear. Ela também gostava de agregar a seus trabalhos palha de milho e fibra de bananeira que retirava da pequena plantação no quintal de casa, no povoado de Olhos D’Água, em Alexânia (GO), no entorno do Distrito Federal.
A brincadeira virou profissão e hoje Fatinha, como é conhecida, utiliza essa matéria-prima e outros produtos do Cerrado para produzir peças com motivos religiosos e folclóricos. Com esse trabalho, a Fatinha Fibras e Fios venceu pela terceira vez consecutiva o Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, em 2012. Iniciado em 2006, o prêmio, que é realizado a cada três anos e está na sua terceira edição, destaca as cem unidades produtivas mais competitivas do país.
A história de Fatinha como artesã deslanchou em 2000, quando ela participou de uma rodada de negócios promovida pelo Sebrae, em São Paulo. Uma consultora da instituição foi ao seu ateliê em busca de peças de tecelagem para expor no evento. Ela se encantou com um oratório feito com palha milho e bucha vegetal e pediu para levá-lo também. Fatinha relutou argumentando que estava feio, mas acabou concordando. A peça foi campeã na preferência dos lojistas. “Começaram a aparecer muitos pedidos e tive que montar uma oficina às pressas”, conta.
Hoje, a artesã tem uma microempresa com dez empregados. Suas criações são vendidas para clientes de todas as regiões do país e expostas em galerias de arte e eventos nacionais de decoração. A produção, que já desperta o interesse de compradores do exterior, como Portugal e Estados Unidos, abrange presépios, imagens de anjos e santos. Uma das mais procuradas é a Virgem Santíssima. A imagem é feita principalmente com palha de milho e fibra de bananeira e a vestimenta, adornada com rosas e em cores que variam do marfim ao marrom, parecer ter movimento.
Antes, Fatinha coletava a matéria-prima nas propriedades rurais da região. Com o passar do tempo, começou a ter dificuldades para conseguir palha de milho porque elas eram trituradas pelas máquinas de colheita. Em 2006, juntou as economias e as do marido e comprou uma pequena fazenda para produzir o próprio material. Ela planta milho, banana e cabaças – que normalmente servem de base para fixar as imagens de santo.
Fatinha não gosta muito de usar tinturas, por isso recorre a um processo de lavagem e secagem das palhas e fibras que mantém as cores da natureza. Na sua propriedade, ela também produz espécies de milho-caipira e indígena cujo manejo leva em conta o tipo de solo, a adubação e até o período lunar. Isso garante maior qualidade e variedade de cores e nuances nas palhas. “Dependendo do plantio, elas ficam claras ou escuras, têm tons de salmão, roxo e até uma mistura que resulta em listras”, explica.
A artesã conta que conheceu esses segredos com antigos agricultores que, por sua vez, aprenderam observando a natureza. Já a parte de gestão da microempresa e de inserção dos produtos no mercado, participação em exposições, feiras e rodadas de negócios se deve “ao apoio decisivo do Sebrae”. Para ela, vencer o prêmio TOP 100 de Artesanato também é fundamental para divulgação e crescimento da sua atividade. “O prêmio valoriza e amplia a credibilidade do meu trabalho e me ajuda a mostrar a outros artesãos que vale à pena acreditar e lutar pela sua arte”, resume.
Serviço:
Agência Sebrae de Notícias: (61) 3243-7852 / 2107- 9104 / 3243-7851 / 9977-9529
Central de Relacionamento Sebrae: 0800 570 0800
www.agenciasebrae.com.br
www.twitter.com/sebrae
www.facebook.com/sebrae
Via RSS de RSS Feeds – Agência Sebrae de Notícias
Leia em RSS Feeds – Agência Sebrae de Notícias
