Agora é oficial: a fabricante chinesa Lenovo comprou a CCE para conquistar o mercado brasileiro de computadores domésticos. Com a aquisição de 300 milhões de reais, a Lenovo adiciona celulares e televisores ao seu portfólio de produtos e quase dobra sua participação nas vendas de PCs do Brasil.
A Lenovo pretende dominar o mercado de PCs nos países emergentes. Na China, país de origem da Lenovo, a fabricante é líder de vendas. Na Índia e na Rússia, a empresa ocupa o primeiro e o terceiro lugar, respectivamente. Por aqui, o objetivo é desbancar a Positivo. “Nos últimos anos estabelecemos uma posição número 1 em mercados emergentes e esperamos fazer o mesmo no Brasil”, diz o comunicado oficial.
A compra da CCE pela Lenovo foi estimada em R$ 300 milhões entre dinheiro em espécie e ações, mas esse é apenas o valor base: o montante ainda pode aumentar em até 400 milhões de reais dependendo de alguns indicadores de desempenho da fabricante brasileira até 2016. O CEO da Lenovo, Yuanqing Yang, considera a CCE uma “aquisição excelente” devido a linha de produtos e base de manufatura no Brasil.
Com o negócio milionário, a Digiboard Eletrônica, que fabrica placas eletrônicas e painéis de LCD/LED, passa para as mãos dos chineses. A Digibras, dona da (desgastada) marca CCE e montadora de celulares, televisores e computadores, também está incluída no negócio. De acordo com a Reuters, a Digibras produziu 774 mil PCs em 2011 e a estimativa para este ano é de 887 mil unidades. Nada mau, hein?
Os funcionários que trabalham na CCE não deverão se preocupar com seus empregos. A Lenovo enxerga a empresa brasileira como um complemento e não vê necessidade de demissões. Quem pode temer a compra é a Positivo, que ultimamente tem se arriscado em e-readers e tablets sem muito sucesso — após o anúncio, as ações da Positivo na Bovespa caíram mais de 13%, praticamente anulando os ganhos de ontem, quando tinha anunciado a entrada no mercado de smartphones.
Com informações: Reuters.
Lenovo compra brasileira CCE por R$ 300 milhões