“Não seja mau”, diz o primeiro mandamento do Google – aquele que todos conhecemos. O segundo deve estar mais alinhado com o que grandes companhias objetivam: “Faça dinheiro.” O gigante da internet iniciou nos Estados Unidos a cobrança de sites de varejo que participam do comparador de preços Google Shopping. Até pouco tempo atrás, o Google não cobrava por este tipo de serviço.
De acordo com reportagem do New York Times, a companhia está de olho na posição privilegiada da Amazon, o maior varejista online do globo. A mesma Amazon anunciou novos tablets Kindle Fire e a geração seguinte do e-reader Kindle. Ambos competem para ser a porta de entrada dos internautas no mundo das compras online. Amazon, um destino fácil, oferece centenas de milhares de produtos (talvez milhões). O Google, por sua vez, posiciona itens por meio do Google Shopping com preços sedutores e interface simples.
O gigante das buscas justificou a cobrança afirmando que muitas informações de produtos estavam desatualizadas ou erradas. Já que os comerciantes pagam pela inclusão dos produtos, ficam obrigados a trazer dados completos e bem detalhados para convencer o internauta de que aquela compra vale a pena. “Com melhores resultados nós podemos oferecer uma experiência melhor para os usuários”, diz a companhia.
O Google Shopping brasileiro não cobra pela adição de produtos. “O Google não cobra pela inclusão de informações em seus resultados de pesquisa”, informa uma mensagem no rodapé da página. Lá também diz que o Google brasileiro não se responsabiliza pelos produtos listados.
Embora seja o maior varejista online, a Amazon não permite que o Google Shopping exiba os produtos na loja. Não faz muita diferença para eles, apontam dados da consultoria Forrester Research: um terço dos americanos entra inicialmente na Amazon para pesquisar produtos. Somente 13% recorrem ao Google americano para a mesma tarefa. Quem diria? Eu imaginava o oposto: Google reinando absoluto na pesquisa de produtos.