Em julho, cientistas anunciaram a descoberta do que eles fortemente acreditavam ser o Bóson de Higgs, uma partícula que acredita-se seja a chave para unificar os modelos padrão e quântico da física. Em agosto, mais experimentos reforçaram as suspeitas. Agora, os resultados foram revisados por terceiros e publicados, tornando-os, na falta de um termo melhor, ciência de verdade.
Publicado como dois papers acadêmicos na Physics Letters B, os resultados não são uma leitura fácil. Mas eles são importantes.
Embora ninguém tenha posto em xeque o trabalho dos cientistas do CERN, a avaliação dos resultados por colegas e a posterior publicação deles em uma revista conceituada funcionam como uma espécie de selo de aprovação. Os resultados, até onde a comunidade científica sabe, são precisos. A ciência é razoável. A descoberta, em outras palavras, é válida.
Como dissemos antes, os cientistas têm que demonstrar um alto nível de certeza em seus trabalhos para que eles sejam publicados. Os resultados iniciais de julho atingiram um nível 5-sigma de certeza para a descoberta; em outras palavras, havia uma chance em 3,5 milhões de que a descoberta fosse fruto da causalidade. Agora, os pesquisadores estão confiantes de que há menos 1 em 300 milhões de chances de que o Higgs não exista.
A Physics Letters B foi onde o físico britânico Peter Higgs publicou uma carta, em 1964, intitulada “Simetrias quebradas, partículas sem massa e campos do calibre,” que deu início à caça pelo bóson. Agora, aquele capítulo da física está quase fechado. [Physics Letters B (1) (2)]