A meteorologia indica que um ciclone extratropical deve atingir, amanhã, o Uruguai e parte do Rio Grande do Sul. O fenômeno não chega a ser raro no Atlântico Sul, mas havia alguns meses ele se concentrava em locais mais próximos da Antártica. O que isso significa para os gaúchos?
O blog Metsul diz que as áreas mais afetadas pelo ciclone extratropical devem ser o sul e o leste do Rio Grande do Sul, além de boa parte do Uruguai. Em alguns pontos, como no litoral sul do estado, os ventos podem chegar a até 140 km/h. Na capital Porto Alegre rajadas de 70 a 90 km/h estão previstas. Outras cidades, como Pelotas e Rio Grande, ventos fortes também deverão incidir.
O Metsul avalia a situação como “um cenário extremamente perigoso, pelo potencial de danos e transtornos para a população”. Além da queda de placas de publicidade e árvores, os ventos poderão causar destelhamentos e afetar a rede de distribuição de energia elétrica. Como o ciclone extratropical deve passar por áreas populosas, é possível que muita gente fique sem luz — estimativas falam em algo entre 10 e 20% da população do estado. O clima deve ficar ainda mais complicado no Uruguai, onde o ciclone será mais sentido. Apesar da previsão assustadora, não espere nada perto dos furacões que assolam o sudeste dos Estados Unidos; aqui eventos daquela magnitude nunca aconteceram.
Há três dias chove muito no Rio Grande do Sul e a chegada do ciclone extratropical pode intensificar as chuvas. O Rio da Prata, na altura de Buenos Aires, já sofre com a mistura de ventos fortes e muita chuva — foram registradas rajadas de 90 km/h no aeroporto da capital argentina.
O ciclone atingirá o estado amanhã e perderá força já na quinta, mas seus efeitos continuarão sendo sentidos pelos dias seguintes, inclusive com a queda da temperatura para níveis invernais. Conversamos com Ana Paula Sanchez, do INPE. O instituto, dono do Tupã, um supercomputador utilizado para fazer a previsão meteorológica, confirmou as informações do Metsul. Segundo as informações que nos foram passada, é esperada chuva forte e localizada, com rajadas de vento e raios no Rio Grande do Sul. A nebulosidade associada (não o ciclone, é bom deixar claro) deve se expandir para Santa Catarina e sul do Paraná, provavelmente derrubando as temperaturas nesses estados também.
Se você mora nas regiões que serão afetadas, conte pra gente o que está rolando: registre e mande fotos e relatos dos eventos decorrentes do ciclone extratropical e mande pra gente, no email [email protected]. [Metsul, INPE]