Curitiba – Para o designer italiano Vito Di Bari, no futuro, a agricultura será vertical e a luz elétrica apenas uma lembrança do passado. “O transporte vai mudar de forma dramática. Vamos dirigir debaixo da terra”, acrescenta. Ele foi uma das atrações do 4º Encontro Nacional para a Inovação na Construção Civil (Eninc), realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Norte do estado (Sinduscon Norte) e pelo Sebrae no Paraná, em Londrina.
O designer é fundador do Di Bari Innovation Design, um estúdio de pesquisa e projeção, especializado em soluções para empresas e instituições públicas. Durante o Eninc, ele apontou as tendências para a construção civil e para a arquitetura nos próximos 50 anos. Entre suas previsões, ele aponta que na sustentabilidade das cidades, que se multiplicarão. “Na China, surgirão 300 cidades nos próximos 20 anos”, arrisca.
Orivaldo Barros, da Building Research Establishment, apresenta ensaios e pesquisas desenvolvidas em parques tecnológicos da Inglaterra. A organização é financiada pela indústria da construção do Reino Unido. Na opinião dele, a sustentabilidade é a palavra de ordem da inovação na construção civil. “No mundo todo, 50% da população está nas cidades. No Brasil, são 84% e a projeção é que, em 2020, sejam 90%. Para que as pessoas tenham saúde e qualidade de vida, os centros urbanos deverão diminuir a emissão de gás carbônico e lidar com as mudanças climáticas”, recomenda.
No Reino Unido, as habitações recebem certificações, como selos de baixo consumo de energia e impacto ambiental. “Tais atitudes aceleram a inovação, já que as empresas precisam investir em novas tecnologias para se adequarem ao mercado”, analisa Barros.
A customização na construção civil também foi debatida no evento. O arquiteto japonês Masa Noguchi, que tem trabalhos no Japão e no Canadá, discute o paradigma de design de massa personalizado, pré-fabricado e industrializado. Desde 2006, ele é professor de tecnologia da arquitetura, na Escócia. “A configuração das famílias está mudando e, além disso, o custo da energia também é avaliado na hora de escolher uma casa para morar. Esses serão os desafios da construção do futuro. Os lares de amanhã respeitarão o meio ambiente e serão feitos sob medida para acomodar as necessidades dos consumidores”, salienta Masa Noguchi.
O Eninc 2012 foi realizado na semana passada com cerca de 400 profissionais e empresários do setor da construção civil e arquitetura em torno do tema Construção do futuro. “As palestras mostraram as tendências, ensaios e perspectivas para os empresários da construção civil”, diz Ricardo Magno, consultor do Sebrae no Paraná. Para ele, a utilização da energia solar e de jardins suspensos são alguns aspectos que já devem ser incorporados pelas edificações nos próximos anos em todo o mundo. “O Eninc mostrou aspectos concretos que estão sendo experimentados e que em breve estarão no mercado”, acredita Ricardo Magno.
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