A Motorola anunciou na noite de ontem que o primeiro smartphone com processador Intel do Brasil chega hoje, em todas as operadoras e diversas lojas de varejo, custando R$1.299. Bem-vindo, Razr i. Mas o que podemos esperar de um smartphone com processador Atom e 2GHz de clock?
Pelas nossas primeiras impressões, dá para dizer que a experiência não decepciona. O aparelho é rápido em boa parte dos testes que fizemos inicialmente. Porém, dá para sentir que falta a velocidade assombrosa que você encontra em um Galaxy S III ou em um Nexus 7, por exemplo — no primeiro, por causa do chip Exynos, no segundo, provavelmente por causa do Android 4.1 (sim, mesmo sendo do Google, a Motorola venderá o Razr i ainda com Android 4.0, o ICS, e a promessa é de atualização “entre o fim do ano e o início de 2013″).
Mas não se engane: o Razr i não é um aparelho topo de linha. A Intel já deixou claro, e reforçou hoje em seu discurso no evento, que a ideia é lançar aparelhos com seus processadores em mercados emergentes, onde há mais chances de emplacar um aparelho que cumpre seu papel, mas não derruba queixos. Por isso, os países do BRICS são alvo certo da Intel — basta lembrar que o Razr i foi anunciado lá fora há apenas duas semanas, e já estará nas lojas brasileiras amanhã. E a Motorola está bem empolgada com o aparelho: segundo a empresa, a campanha de marketing do novo smartphone será “a maior já feita pela marca nos últimos cinco anos”.
Completa o discurso de que trata-se de um aparelho médio ao lembrarmos que o Razr i nada mais é do que o Razr M, anunciado no início de setembro e roda Android. Trata-se, fisicamente, do mesmo aparelho: tela de AMOLED de 4,3 polegadas e resolução de 540×960 pixels, câmera de 8 MP e acabamento traseiro em Kevlar. E, apesar de espertinho, o Razr M é o irmão caçula do Razr HD e do Razr Maxx HD, os considerados topo de linha pela Motorola.
Porém, veja bem, nada disso tira a importância e o potencial do Razr i. Em primeiro lugar, estamos vendo finalmente a disputa de chips tomar forma, com a tão aguardada chegada da Intel. A empresa diz que demorou porque queria entregar uma ótima experiência. Teremos que fazer testes mais longos para comprovar isso, mas o Razr i parece um aparelho disposto a fazer tudo que uma pessoa espera ao comprar um smartphone um degrau abaixo da disputa: velocidade em praticamente todas as atividades cotidianas, um ou outro sinal de lentidão ao abrir e fechar jogos mais pesados (quando toquei no ícone de Jetpack Joyride e ele demorou pouco mais de um segundo para abrir, eu achei que a tela não tinha reconhecido meu gesto. Erro meu.) O único porém que parece incômodo desde já é a incompatibilidade de alguns apps com a engenharia da Intel: o Netflix, por exemplo, não abre de jeito nenhum, e não há nenhuma mensagem de erro — ele simplesmente não funciona.
Testaremos com calma todas as habilidades do Razr i para um review completo — a prometida duração de bateria bem acima da média, a velocidade em atividades mais pesadas, confirmaremos se aparelhos com processador Intel realmente são mais esquentadinhos, e por aí vai. Temos a sensação de que o Razr i pode ser um belo smartphone para quem não tem mania de gigantismo. Enquanto o review não sai, deixamos a questão: qual suas impressões sobre o que a Intel pode fazer no mundo dos smartphones? [Motorola]