Você já conhece a nossa seção youPIX Visita, né? Nós vamos aos blogs mais amados por vocês pra conhecer um pouquinho mais da intimidade da galera que trabalha lá, como funciona e fotografar cada cantinho. Já visitamos o Brainstorm 9, Jovem Nerd, Petiscos… Tem vários, olha aqui.
Dessa vez, meu destino foi um prédio comercial em frente ao Largo do Machado no centro do Rio de Janeiro. Ele é nada mais, nada menos do que o lar da Parafernalha. Chegando lá fui recebida em silêncio, porque tava rolando gravação. Mas logo que entrei foi abraço pra cá, aperto de mão pra lá e dois beijinhos no rosto (claro, no Rio são dois!) e a gravação deu um tempinho.
A Parafernalha atualmente ocupa duas salas comerciais do prédio, mas o sonho do Felipe Neto é ter muito mais, quem sabe até um estúdio pra facilitar tudo. Hoje eles gravam o mínimo possível no escritório, em geral conseguem locações (o único problema é ter que deslocar todos os equipamentos). Mas tendo em vista que em breve na mesma sala haverá também outra empresa sócia, a ParaMaker, o espaço realmente vai ficar pequeno lá.
EQUIPE E ROTINA
Conversa vai, conversa vem, consegui bater um papo com boa parte da equipe. A maioria tá lá há mais ou menos um ano e eles têm produtoras, roteiristas, editores, pessoal de mídias sociais e blog, e na realização dos curtas algumas funções se revezam. Ah, e assim que a ParaMaker fechar a equipe serão mais funcionários pra mídias sociais, blogs, tudo diferente da Parafernalha. (Ou seja: muita gente mesmo!)
O horário da galera é bem variado, e é muito mais regrado pelos objetivos do que por bater cartão mesmo. Por exemplo, se algum editor precisa entregar determinado curta no deadline, ele que vai saber qual é o melhor horário pra trabalhar (ou se vai deixar tudo pra última hora e dormir no escritório abraçado com o render). Mas quem trabalha com o público ou com a agência de publicidade tem um horário comercial fixo.
Conversando com os editores Daniel Curi e Osiris Larkin eu perguntei o que é mais importante pra eles de feedback, e eles me falaram que nem sempre são os comentários, mas sim a proporção like/dislike do vídeo (na primeira hora chega a dois mil likes, em média). Em geral eles entregam 3 vídeos a cada duas semanas, sendo eles individuais (tipo A Chamada ou o Vlog do Harry Potter), partes de uma série (como no caso do Vlog do Fernando, A Toca, etc) ou ainda vídeos publicitários que a agência encomenda.
Já os vlogs pessoais são separados, como no caso do Ainda Não Temos Vinheta (do Daniel) ou o próprio Não Faz Sentido, do Felipe. Eles mesmos editam e tocam os projetos. A twitcam que rola na Toca toda quinta às 19h também surgiu espontaneamente, e em geral quem cuida é o Nando Sangenetto e o Douglas Felix. Segundo eles, a twitcam foi excelente pra fortalecer os vínculos que eles têm com quem acessa o blog e acompanha as produções deles. Outra coisa que também colabora pra essa fidelização do público são as trollagens (organizadas em geral pelo Douglas) que pegam algum desconhecido ou webcelebridade como alvo e floodam o Twitter da vítima. Até o coitado do assistente do Douglas passou por uma semana inteira de trote!
FELIPE NETO: DE YOUTUBER A PATRÃO
Depois de conversar com a galera, fui pro outro canto da sala tentar tirar o chefão do computador por cinco minutinhos. O Felipe sempre foi muito simpático comigo, e não dá pra negar que ele ama trabalhar. A equipe inteira concorda que ele é um ótimo chefe — e olha que eu perguntei escondido pra eles se eles tinham o que reclamar do Felipe e ninguém tinha! Com formação de teatro, ele acabou aprendendo sozinho a editar, montou a produtora e se tornou empreendedor. Logo após o sucesso do vlog (que começou mais inocente, sem óculos escuros e com poucos decibéis, evoluindo pro personagem crítico), foi convidado pelo Canal Multishow pra fazer o programa Até Que Faz Sentido e logo após assinou contrato com a Rede Globo, onde tinha o quadro Sem Noção, no Esporte Espetacular. Hoje, Felipe diz que não voltaria pra televisão por estar 100% focado na ParaMaker.
Esse projeto da network foi pensado já faz meses! Tudo começou quando o Felipe começou a observar o mercado youtuber lá fora e quis trazer isso pra cá. Já existiam algumas redes vindo pro Brasil através de recrutadores, mas nenhuma com escritório ou equipe fixa. O papo rolou com quatro empresas, mas só a Makers teve a postura que mais combinou com a Parafernalha: o foco da network é o youtuber e não a própria rede. Isso se deve muito ao fato de ser a única rede de YouTube fundada por vlogueiros, claro. Depois de uma giga-apresentação de duas horas lá em Los Angeles, os executivos da rede decidiram mudar os planos da chegada da empresa no Brasil pra se tornarem sócios da Parafernalha, criando assim a ParaMaker.
Segundo Felipe, essa foi a realização de um grande sonho. Ele, que dá palestras motivacionais pra empresas, atribuiu o sucesso da parceria a vários fatores. Pra começar, ele nunca fez aulas de inglês (aprendeu sozinho legendando séries no falecido site IsFree), mas teve que falar com segurança lá na reunião. Além disso, nunca teve nenhuma formação na área de administração ou finanças. A solidez da Parafernalha (e agora da ParaMaker também) vem da boa liderança e talento dele, aliada a uma excelente equipe.
E os trolls? Felipe conta que evita ao máximo ter contato com os comentários e tweets negativos da galera que só aparece pra hatear. Como ele mesmo falou no vídeo dele, a maioria dessas “críticas” não são nada construtivas, é só vontade de brigar (e algumas vezes um recalquezinho). Ele diz que dá block mesmo e recusa convites para eventos onde ele sabe que essas pessoas estarão (mesmo sabendo que o troll não age ao vivo, como todos nós estamos cientes). Por outro lado, o relacionamento com os fãs não poderia ser melhor. Ele diz que ama receber mensagens do pessoal dizendo como os vídeos ou as palestras dele motivaram a melhorar ou a mudar. Pra ele, essa é uma grande alegria: poder tocar a vida das pessoas.
O ESCRITÓRIO
São 200 metros quadrados de muito charme e cores vivas. Tudo foi decorado pela namorada do Felipe, a Maddu Magalhães. Ela é atriz, mas gosta tanto desse hobby que poderia muito bem fazê-lo profissionalmente. Segundo ambos, ainda não tá tudo pronto (por exemplo, ainda faltam plantinhas), mas tem várias coisas legais! Cheia de almofadas divertidas e action figures, a sala de reuniões é um cenário lindo e super agradável.
Objeto que mais gosta: Voldemort e Link
São peças exclusivas, existem poucas iguais no mundo. Felipe é louco por action figures colecionáveis, desses raros mesmo. Ele diz que na hora de comprar o preço não é tão salgado quanto a gente pensa, mas que na hora de revender é que rola o lucro, por isso ele diz que são um investimento. Além dos que ele exibe no escritório, tem vááários em casa.
Objeto que menos gosta: Facas de Arremesso do Léo Luz
Léo Luz, o roteirista da equipe, coleciona facas de arremesso. Pense no estrago que essas danadinhas fazem nas paredes! Eles inclusive postaram um vídeo que rendeu um esporro online do Felipe no YouTube (adivinha se não foi o comentário mais curtido?)
Fechamos o dia de calor carioca com muitos papos sobre a rede e planos futuros… Infelizmente, vários ainda são secretos, mas o Felipe prometeu contar em breve quem fará parte da network e várias outras novidades muito bacanas (eu sei que são bacanas porque ouvi, mas não posso revelar! #Invejinha) — e pode ter certeza de que nós vamos dar a notícia aqui no youPIX 😉
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