A chegada da Amazon ao Brasil já saiu do campo dos rumores. Não é mais uma questão de “se”, mas sim de “quando”. E até isso a gente já meio que sabe: junho de 2013. Mas uma fonte nos contou que até os próprios diretores da empresa acharam que ela chegaria neste ano. E também nos contou detalhes do acordo entre a Amazon Brasil e o MEC para distribuição de livros em domínio público.
As informações que recebemos é a de que a intenção da Amazon era estrear por aqui em outubro, o que quase bate com o antigo prazo de setembro, prorrogado, até onde se sabe, pelo jogo duro das editoras nacionais. Agora, Amazon? MEC? Qual a relação entre elas? Calma que a gente explica.
Segundo a fonte, que por motivos óbvios permanecerá em sigilo, Mauro Widman, ex-Livraria Cultura e hoje chefão da Amazon no Brasil, foi ao MEC em julho para conversar sobre conteúdo em domínio público. Nos países em que a Amazon tem representação, é comum a loja de e-books distribuir clássicos da literatura gratuitamente, todos adaptados ao formato Kindle — aqui você pode ver as obras da loja norte-americana. A ideia, então, é fazer o mesmo por aqui.
Este conteúdo é gratuito e pode ser usado mesmo comercialmente — inclusive sem que seja preciso a autorização de alguém. Por que o contato com o MEC, então? Para acelerar as coisas. Pegar tudo direto da fonte (o MEC mantém o ótimo portal Domínio Público) é mais rápido. E como a Amazon tinha pressa, afinal na época a ideia era lançar a loja brasileira em outubro, fazia sentido essa urgência. Então, em vez de baixar tudo na mão, um livro por vez, um acordo gigantesco download foi fechado entre as duas partes.
Isso deixa claro que o discurso da Amazon em busca de parceiros batia com a ideia de que ela chegaria no segundo semestre. Se Widman foi ao MEC, não é difícil imaginar ele esteve em inúmeros outros potenciais parceiros. O mistério é descobrir o que atrasou tudo. Lá fora, a Amazon depende demais do gigantesco acordo feito com as principais editoras, e acreditamos que isso possa ter emperrado o processo por aqui. Se nos EUA a Amazon chega a perder dinheiro na venda de alguns livros em busca de um número enorme de consumidores, isso pode ter assustado grandes nomes do nosso mercado, que não estão acostumados a perder dinheiro.
O portal Domínio Público tem músicas e vídeos, além de diversas obras literárias de autores brasileiros e internacionais. A Amazon só ficou com os livros. Ainda não sabemos qual será o preço médio dos e-books do Kindle nacional, mas pelo menos alguns livros bacanas, como a obra completa de Machado de Assis, A Divina Comédia de Dante Alighieri e poesias de Fernando Pessoa, você poderá ter, sem gastar um tostão, no e-reader da Amazon. [Obrigado, Fonte!]