Um dos destaques do Nexus 4, smartphone com Android puro, é seu preço: ele custa US$300 (nos EUA) ou €300 (na Europa) na Google Play Store, sem contrato com operadora. É um valor bastante agressivo, mas talvez só o Google consiga oferecê-lo: no varejo europeu, a LG está vendendo o Nexus 4 até pelo dobro do preço.
Isto não soa como uma boa notícia para nós, brasileiros: a LG – e não o Google – disse que estuda trazer o Nexus 4 ao país.
Tudo começou na Espanha: a varejista Carphone Warehouse disse no Facebook que não venderia mais o Nexus 4 porque o preço recomendado da LG (de €599) e as condições de venda “são piores do que o preço divulgado pelo Google”. No entanto, é possível comprar o aparelho pelo preço mais baixo na Google Play Store espanhola.
Na Itália e Áustria, a situação é mais próxima da nossa: a Play Store não vende hardware. E nas lojas, a LG também vende o Nexus 4 por um preço maior do que o esperado: €549.
Isso não é muita surpresa: como a LG poderia cobrar um preço tão baixo por um smartphone high-end sem perder dinheiro? Como lembra o Android Authority, “o Google pode se dar ao luxo de vender produtos a preço de custo, desde que ganhe dinheiro com buscas e conteúdo digital. Mas a LG… ganha dinheiro com a venda de aparelhos”.
E John Lagerling, executivo do Google responsável pela linha Nexus, sugere em entrevista recente ao New York Times que o Google não pensa em lucrar com hardware – o foco aqui é outro:
Nós simplesmente acreditamos que há uma maneira melhor de [oferecer hardware] sem tirar tanto dinheiro dos usuários finais, porque existem outras formas de obter receita… [P]essoas que têm smartphones são um grande alvo para nós. Se você olha globalmente, isso é algo com o que nos preocupamos mais: não tanto em competir com outros smartphones, mas em como podemos levar mais pessoas para a internet em celulares? E isso é muito importante. Por isso o baixo custo é tão importante.
Então a menos que seu país tenha uma Google Play Store, o Nexus 4 deve ter o preço normal de um smartphone. Só o Google consegue vendê-lo a preços muito abaixo do mercado – e parece que não será o caso no Brasil. [The Next Web e Android Authority; valeu, Fabrício!]