Rio de Janeiro – Como se diferenciar no mercado, planejar as etapas de crescimento, incorporar a inovação, enfrentar a competição interna e ainda se destacar frente à presença cada vez maior de grifes estrangeiras no país. Essas foram algumas das questões discutidas por especialistas de moda na palestra Planejar é preciso, nessa sexta-feira (9), na capital carioca. O evento foi promovido pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Nacional de Moda e Design (In-Mod), e contou com a presença de empresários que participaram da Rio-à-Porter, salão de negócios do Fashion Rio.
“A informação é uma ferramenta determinante. Lidamos com produtos que estão ligados aos desejos das pessoas e o espaço nesse mercado será assegurado por competências. É preciso saber como desenvolver sua própria identidade, sem apelar para cópias”, definiu presidente do Grupo Luminosidade, Paulo Borges, que responde por eventos como o Fashion Rio, Rio-à-Porter e São Paulo Fashion Week. Como mediador da conversa com o empresário Oskar Metsavaht, criador da marca Osklen, e do diretor da La Estampa, Marcelo Castelão, empresa carioca que cria padrões exclusivos, Borges abriu o encontro perguntando como eles se preparam para os lançamentos.
“A cada coleção são cerca de 1,2 mil itens, sem contar a mudança de cores. Há 20 anos, quando abri minha primeira loja, lidava apenas com 20 itens. Mas planejar, produzir e entregar no tempo certo e de forma coordenada sempre foi um desafio. Uma empresa de moda funciona como uma indústria automobilística: tem que cumprir rigorosamente todas as etapas. A diferença é que temos que lançar novos modelos a cada seis meses”, brincou Metsavaht.
“Temos clientes de todos os portes – quem está começando e precisa de poucas peças e até marcas consagradas que fazem pedidos grandes. Estamos sempre em busca do equilíbrio para não deixar de atender ninguém. Nosso grande desafio é entregar as peças de verão agora, enquanto pesquisamos tendências para o inverno de 2014”, explicou Castelão.
Os palestrantes compartilharam experiências como a perseverança para superar obstáculos e acompanhar as tendências do mercado, encontrar o próprio modelo de negócio, captar o desejo e surpreender o comprador, testar lançamentos em show rooms e cumprir com o volume de peças e prazos de entrega combinados com cliente.
“O american dream (sonho americano) será substituído pelo brazilian soul (alma brasileira). O frescor do Brasil reflete o desejo do mundo. Temos um país empreendedor, mas ainda enfrentamos muitos problemas como alta tributação, que encarece os custos de produção”, afirmou Metsavaht ao defender maior pressa do governo em promover mudanças.
Obstáculos
“Gostei do que ouvi e é bom saber a confirmação das dificuldades que enfrentamos no dia a dia, que não são muito diferentes de quem está no topo, como a Osklen. A indústria da moda é complexa e é preciso lidar com as questões com inteligência e investimento a longo prazo”, avaliou a empresária cearense Joana de Paula, da marca de bolsas Catarina Mina.
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