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Pirarucu criado em cativeiro gera negócios no Norte


Macapá – Um dos maiores peixes de água doce do Brasil, capaz de chegar a 200 kg e dois metros de comprimento, o pirarucu é a aposta de produtores dos estados da Amazônia Legal para reprodução e criação em cativeiro. A técnica, desenvolvida pelo Sebrae e que chegou a ser desacreditada por especialistas, foi uma das atrações do Amazontech 2012, evento que debate até este sábado (17) inovação e tecnologia sustentável na região amazônica.

Desenvolvida em 2008 por técnicos da instituição em Rondônia, a criação em cativeiro do pirarucu foi logo difundida e aplicada no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Tocantins e Roraima e parte no próximo mês para a etapa de reprodução. Atualmente, apenas o município de Pimenta Bueno (RO) reproduz o alevino – primeira fase de criação do peixe – que depois de atingida a idade adulta precisa de muitos anos de cativeiro para procriação.

As vantagens na criação do pirarucu são diversas. Intensivamente consumido na região amazônica, com carne suculenta e de alta qualidade, o peixe alimentado apenas com ração e criado fora dos rios pode chegar a 80 kg. Especialistas atestam, porém, que o melhor ponto da sua carne para abate e consumo é quando o peixe pesa aproximadamente 25 kg ou 16 semanas.

Por ser um peixe grande porte, exige tanques com dimensões maiores, respeitando-se a quantidade criada, já que cada um deles ocupa um espaço médio de 4 m². A espécie tem respiração aérea, ou seja, chega à superfície da água para pegar ar – o que reduz o custo de ter uma bomba de ar em frequente funcionamento no tratamento da água.

A rentabilidade do pirarucu está também no seu couro e escamas, retirados e utilizados no revestimento de bolsas, calçados, calças e camisas, além de outros acessórios, com alto valor agregado. Apesar do apoio do Sebrae no desenvolvimento do projeto, oferta de metodologia e acompanhamento técnico da criação, a escala de produção ainda não é capaz de abastecer os mercados de outros estados. “Chineses e italianos já nos procuraram interessados em comprar não uma tonelada, mas 50 toneladas por mês. Ainda não temos capacidade para isso”, explicou o gerente de Agronegócios e Indústria do Sebrae no Amapá, Alex Cascaes.

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