Belo Horizonte – Cerca de 1,2 mil tonelada de frutas, legumes e verduras vai todos os meses para o lixo na Ceasa, em Contagem (MG). Pensando em reaproveitar estes resíduos orgânicos, alunos do 3º ano colegial da Escola Técnica de Formação Gerencial da capital mineira (ETFG-BH) desenvolveram um plano de negócio para a criação de uma usina de compostagem que utiliza o húmus de minhoca para aumentar a qualidade do composto.
De acordo com os estudantes, a empresa Composita, nome provisório do projeto, iria transformar frutas, verduras e legumes, que atualmente são dispensadas em aterro sanitário, em adubo orgânico por meio do processo de compostagem – que nada mais é do que um conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos. A ideia foi premiada este ano e os jovens, que têm apenas 17 anos, querem agora tirá-la do papel.
“Mais do que um negócio, a empresa seria ecologicamente correta, reaproveitando o que iria para o aterro, e economicamente viável, já que o adubo teria um preço baixo para ser produzido e adquirido pelos produtores”, conta o estudante Mateus Rodrigues, que integra o grupo formado tamabém por Vinícius Braga e Gabriel Coxir.
A ideia de criar o plano de negócio surgiu com o projeto Vitrine da ETFG-BH, que estimula alunos a colocarem em prática as lições sobre gestão aprendidas em sala de aula. “Os jovens estão cada vez mais preocupados na busca de ideias inovadoras e sustentáveis. O projeto estimula os alunos a encontrar estas soluções”, explica o professor de marketing da entidade, Elber Sales.
Várias pesquisas de mercado com empresas do setor e na própria Ceasa foram feitas para testar a viabilidade do projeto. “Descobrimos que a Ceasa gasta R$ 52,00 por tonelada jogada em aterros. São mais de 1.200 toneladas de lixo por mês, ou seja, R$ 62 mil de custo mensal”, afirmou Elber.
Nessas pesquisas, descobriu-se também que o composto orgânico não tem tantos nutrientes como o esterco. Para corrigir essa deficiência, os estudantes encontraram no húmus de minhoca a solução do problema. “Seria uma maneira de enriquecer o adubo com mais nutrientes e nitrogênio, obtendo assim mais qualidade que o esterco”, conta Gabriel Coxir.
Logística
Outra dificuldade encontrada pelos estudantes foi a logística. A matéria orgânica coletada na Ceasa seria transportada para um sítio em Moeda (MG), onde o material triturado seria decomposto e armazenado em minhocários. O tempo previsto para o adubo ficar pronto é de 45 dias. O produto, então, seria vendido para os fornecedores de hortaliças da Ceasa em embalagens de 2 kg, 60 kg ou ainda por tonelada. “Assim, eles não teriam despesas com transporte, já que o mesmo caminhão que levaria os produtos para venda poderia retornar com adubo, utilizando a estratégia de frete retorno”, conta o estudante Vinícius Braga.
Segundo os jovens pesquisadores, além de oferecer mais nutrientes para o solo, a compostagem com húmus de minhoca sairia mais barata para o produtor. Em média, o quilo do esterco custa R$ 0,80. O húmus de minhoca custaria cerca de R$ 0,42. O investimento inicial para colocar a empresa em funcionamento seria de R$ 530 mil. De acordo com o estudo de viabilidade, o retorno seria em 2 ano e 7 meses. “Antes queríamos ser administradores, agora queremos ser empresários e ter nosso próprio negócio”, diz Vinícius Braga.
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