Carioca, nascido em 1907, Oscar Niemeyer foi, inquestionavelmente, sinônimo de arquitetura: não só para nós, brasileiros, mas para outras nações que tem a honra de abrigar criações desse mestre. Perspicaz, inteligente, audacioso e decisivo (chegou a mandar Gropius, fundador da Bauhaus, a merda) assinou boa parte dos mais impressionantes projetos arquitetônicos do país, não só com um grande toque de liberdade em seu traço, mas também com um estudo muito apurado nas tecnologias aplicadas: como o concreto armado. Pôde, assim, criar projetos singulares, como o MAC em Niterói, o Museu Niemeyer em Curitiba e tantos outros.
“A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem.”
“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.”
“Existem apenas dois segredos para manter a lucidez na minha idade:
o primeiro é manter a memória em dia. O segundo eu não me lembro.”
Comunista, sempre aplicou seus ideais políticos aos projetos: grandes espaços e dimensões exageradas, que mostravam preocupação com “o povo”, e não apenas “com o homem” – conceito comum na história da arquitetura que antecede Dührer. Chegou a se exilar na França durante a ditadura brasileira, aproveitando o período na Europa para conhecer a URSS e parte de seus líderes socialistas. Pouco tempo depois recebeu um convite para lecionar arquitetura na Yale, mas teve seu visto negado por conta de sua posição política. Ainda assim chegou a assinar projetos para os americanos, como a Sede das Nações Unidas, em parceria com Le Corbusier.
“Não me sinto importante. Arquitetura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral.”
Primeiro brasileiro a vencer um Pritzker (prêmio arquitetônico mais importante do mundo; seguido pelo segundo e último brasileiro a vencer, Paulo Mendes da Rocha, já citado aqui no B9), Niemeyer deixa esse mundo com uma infinidade de obras a serem contempladas e estudadas.
E provavelmente uma mente que nunca será compreendida, graças ao seu brilhantismo e sua visão única. Um gênio.
Que viveu mais do que se esperava.
Criou mais do que o possível.
E desse forma, reinventou também o sentido de viver.
Adeus, Oscar Niemeyer.
(1907 – 2012)
“A vida é um sopro.”
Listamos abaixo algumas de suas criações mais importantes, que merecem ser recordadas:
Museu de Arte Moderna de Niterói
Museu Oscar Niemeyer
Igreja São Francisco de Assis
Edifício Niemeyer
Esplanada dos Ministérios
Museu Nacional da República
Memorial da América Latina
Palácio da Alvorada
Edifício Copan
Catedral de Brasília
Auditório Ibirapuera
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