Não sei sua idade, mas tenta lembrar do leãozinho Simba, no já clássico O Rei Leão, e seu bordão destemido: “eu rio da cara do perigo”.
Pois é, no mercado de mídia desse Brasilzão, e eu passei nove anos dentro de um digno representante dessa falange, o que impera é um certo medo “de quem paga a conta”. Como se o anunciante fosse aquele cara malandro das músicas do Chico Buarque, que faz a mulé de gato e sapato e depois some sem deixar rastro, só um par de chifres e humilhação pública, além da afeição de milhares de fãs, geralmente cornos em algum nível, das composições deste acomodado baluarte da MPB.
Daí, não vou fazer o paga pau de gringo e ficar metralhando que nos EUA e Europa se faz o que quer e que as marcas e agências são super despojadas e colocam o mix de criatividade e oportunidade à frente de qualquer cagada nas calças interesse que possa empatar distribuição, absorção, impacto e repercussão da mensagem.
Mas a real é que no mercado de lá existe autoironia, matéria prima cada vez mais escassa por aqui, mesmo nesses tempos mais gorduchos de crescimento econômico e certa estabilidade financeira.
Tudo isso eu escrevi pra falar quão foda deve ser quando o cara realiza uma parada como The Greatest Film Ever Sold, onde publicitários, produtores, agências e afins, TODOS sempre geniais, zoam, muitas vezes sem perceber, a si mesmos e todo esquema de conteúdo que norteia nossas vidas.
The Greatest Movie Ever Sold estreia nos EUA em 22 de abril, pela Sony Classics, e tem produção, direção e é estrelado por Morgan Spurlock, aquele gênio do Super Size Me.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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