Dirigida por Kevin Reynolds (O Conde de Monte Cristo e Waterworld) e produzida por Kevin Costner, a série Hatfields and McCoys conta a história verídica da guerra entre essas duas famílias, respectivamente da Virgínia e de Kentucky, que ocorreu entre 1863 e 1891 – mas só teve um “tratado de paz” selado oficialmente poucos anos atrás, em 2003, pela sexta geração de “Devil Anse” Hatfield e seu arqui-inimigo, Randolph McCoy (chefes das famílias em questão).
Além de produzir, Kevin Costner também atua no papel de Anse, e talvez seja prudente dizer este é seu melhor papel desde Dança com Lobos – filme que produziu, atuou dirigiu e lhe garantiu duas estatuetas, de Melhor Filme e Melhor Diretor.
Aliás, Oscar esse que coloca Costner no “departamento de atores que nunca ganharam uma estatueta por atuação, mas sim por direção”, como Mel Gibson (Melhor Filme e Melhor Diretor por Coração Valente), Robert Redford (Melhor Diretor por Gente como a Gente) e Clint Eastwood (Melhor Filme e Melhor Diretor por Os imperdoáveis e por Menina de Ouro).
Acima os verdadeiros “personagens” dessa guerra: Anderson “Devil Anse” Hatfield e Randolph McCoy.
É importante deixar claro que se você nunca ouviu falar dessa história (o que era meu caso), provavelmente a série te deixará com aquele gosto de “preciso ler mais sobre o assunto”.
Não apenas pela intensidade dos fatos ou da ótima atuação de boa parte dos atores, mas também pela realidade construída pela trilha sonora, produção, figurino e principalmente pela direção de fotografia (que usa e abusa da luz natural, criando um grão peculiar nessa narrativa).
Embora o pano de fundo seja próximo a Guerra Civil dos Estados Unidos, a decisão foi de filmar fora do país: nos campos da Romênia. E se você não tivesse lido isso, acredite: nem perceberia ao ver a série.
Claro que filmar algo dessa proporção aumenta o custo (e é importante dizer que a produção é do History Channel), e provavelmente por isso vemos tantas caras novas atuando – que, embora não sejam famosos, a grande maioria executa seus papéis maravilhosamente bem.
Detalhe da Fotografia
Entre os grandes nomes da série, Kevin Costner está acompanhado de Bill Paxton (que faz um papel honesto, sem se destacar todo o tempo no papel de Randolph McCoy) e Tom Berenger, que está irreconhecível (vide foto ao lado) e mantém uma qualidade de altíssimo nível vivendo Jim Vance.
E dessa forma prepara o terreno para que jovens atores possam brilhar ao seu lado com interpretações memoráveis – como é o caso de Boyd Holbrook (Milk) e principalmente Noel Fisher (que deixa pra trás as atuações infantis e sem personalidade dos vampirinhos de Amanhecer, para te deixar impressionado com a intensidade que vive na pele de Ellison “CottonTop”).
Li muitas críticas negativas sobre Hatfields & McCoys. E quase todas diziam que um determinado acontecimento “era clichê”. Mas rebato (sem dar spoilers) dizendo que não é clichê: é história. Aconteceu, foi documentado e narrado de forma inteligente e fiel a realidade.
Aqui, a arte imita a vida.
Melhor série do mundo? Certamente não. Mas cumpre seu papel entregando uma história comovente, com uma produção de altíssimo nível e atuações que te prenderão durante 290 minutos (ou 3 capítulos, se preferir).
Aproveitem!
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