Mas vale nos atentarmos para a Lean Startup Machine, atividade que também foi criada no exterior (Nova York) e vem se replicando ao redor do mundo, inclusive em São Paulo. Fui mentor na primeira edição, em agosto do ano passado, e pude acompanhar diversas equipes (em geral, formadas na ocasião) que se esforçaram e, com ajuda, conseguiram validar problemas reais das pessoas e empresas antes mesmo de construir uma landing page. Para mim e vários participantes, isso significou levar a lógica de ágil e enxuto a outros patamares. E em breve (1 a 3 de fevereiro) haverá outra edição, preparada pelo Luis Nov (que foi CTO da Netmovies, SVP de platform strategy na PlayPhone, entre outras experiências com tecnologia e negócios no Vale do Silício).
A importância disso foi refletida até no livro “Tudo é óbvio – desde que você saiba a resposta correta” de Duncan Watts, que não trata de auto-ajuda, mas de como temos um mau-hábito generalizado de não questionarmos pressupostos sociológicos, sobre pessoas. No geral, ele explica, as pessoas buscam argumentos e justificam qualquer interpretação dos comportamentos, subestimando a verificação em nome de um senso comum do “eu já sabia”.
E isso nos leva de volta às raízes da cultura do protótipo: surgiu para validar pressupostos tecnológicos, ver como novas ferramentas e equipamentos funcionam. E para isso, diferentemente de pessoas, não adianta observação prévia e entrevistas exploratórias. Muito menos pesquisa de mercado (que não tem seu melhor uso nem com novas propostas de negócio, apenas para as já abosorvidas culturalmente). Vale assistir à palestra de Ernesto Sirolli no TED (esta), na qual ele explica sobre empreendedorismo e a cultura do apoio: “quer ajudar alguém? cale a boca e ouça-as”. Na edição anterior da Lean Startup Machine, vi uma equipe focar no seu público-alvo, gerando conversações sobre uma hipótese de problema, e descobrir um outro problema muito mais claro. Na hora, mudaram de foco, mudaram de problema a resolver, pois tinham aprendido sobre uma outra parte da realidade e enxergaram uma hipótese de solução – que apenas no final da oficina passou a ganhar uma landing page com protótipo.
Então, se você fica se questionando porque todo mundo aposta nas mesmas tendências, nos mesmos modelos “comprovados” e nas mesmas apostas para o futuro, lembre-se que as respostas tentem a se repetir quando as perguntas tendem a se repetir. Antes de validar uma solução, vale explorar situações de problemas. E, para isso, nada melhor do que conhecer toda metodologia da Lean Startup Machine, que não apenas é recomendada pelo Eric Ries (patrono do movimento “lean startup”) como também conta com a mentoria do próprio (via Skype, mas ainda assim muito proveitosa). Há todo um framework, uma metodologia para isso e nada melhor do que passar a noite de sexta-feira, o sábado e o domingo utilizando a “validation board” com outros empreendedores e mentores.
Tudo isso para que? Para evitar ouvir dos seus prospects a frustrante frase “sua solução não é problema meu”. Tudo isso para você não ficar tentando convencer jornalistas, investidores e clientes de que “é bom porque funciona”. Inscreva-se e venha conosco. Sempre é hora de validar possibilidades de negócio, e o evento é a hora de conhecer uma metodologia vencedora específica para isso.